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Novas tecnologias, trabalho e competitividade

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efere à eqüidade, deve-se destacar que esse regime de acumulação tambémconseguiu se legitimar pelo fato de ter propiciado um certo avanço em termos deigualdade social nos Estados Unidos e nas principais nações desenvolvidas.Tais avanços foram obtidos tanto pelos aspectos acima comentados — como aexistência de negociações coletivas entre empresas e trabalhadores e aorientação do repasse do crescimento da produtividade aos salários — comotambém por políticas públicas de ampla abrangência na área de seguridadesocial (Glyn et al., 1990).Não obstante, a partir do início dos anos 70, esse regime de acumulação eas práticas de emprego que lhe davam sustentação começaram a mostrar sinaisde esgotamento. Assim, observam-se, nos Estados Unidos — e na maior partedos países de industrialização avançada —, problemas no plano macroeconômicorelacionados com a queda do ritmo de crescimento, com o aumento dodesemprego e da inflação. Entre as causas imediatas dessa ruptura, pode-seidentificar o primeiro choque do petróleo, ocorrido em 1973, afetando o preço daprincipal matéria-prima da base energética existente, bem como a desordemdos sistemas monetário e de pagamentos internacionais, provocada pelapassagem de um regime de taxas de câmbio fixas para outro de taxas de câmbioflexíveis (Glyn et al., 1990).É a partir do plano microeconômico, todavia, que se manifestam, maisagudamente, os aspectos estruturais que contribuíram para o esgotamento doregime de acumulação fordista. Dessa forma, no que se refere à organização doprocesso de <strong>trabalho</strong>, observa-se a impossibilidade de dar continuidade àobtenção de avanços em termos de crescimento da produtividade do <strong>trabalho</strong>por meio dos métodos de <strong>trabalho</strong> de corte estritamente tayloristas. A hipóteseque a esse respeito se avança é a de que se atingiu uma fronteira que eraimpossível ultrapassar em face de uma forma de organização do processo de<strong>trabalho</strong>, que levou ao limite a fragmentação/degradação do <strong>trabalho</strong> (Glyn etal., 1990; Coriat, 1992). Sob tais condições, era muito improvável que se pudesseesperar motivação por parte dos trabalhadores para se obter algum tipo demelhoria da sua performance no processo produtivo.Por outro lado, é também interessante perceber a inconsistência dessaforma de organização do processo de <strong>trabalho</strong> com as novas normas deconcorrência intercapitalista que, desde os anos 70, começaram a se desenvolver.Ou seja, observa-se, a partir de então, uma maior volatilidade nos mercados, aqual se associa, fundamentalmente, ao aumento da instabilidade e da incertezasobre o comportamento da demanda (Piore; Sabel, 1984; Coriat, 1992). Essecomportamento dos mercados acabou por se mostrar, em alguma medida,incompatível com o padrão de eficiência produtiva ancorado no modelo fordistade organização do processo de <strong>trabalho</strong>, pois demandava diversos elemen-91

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