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Novas tecnologias, trabalho e competitividade

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84intersetorial, pois o progresso técnico é incorporado em ritmos diferenciadosnos diversos ramos de atividade econômica. Com isso, há uma tendência dedesbalanceamento em termos de criação/destruição de postos de <strong>trabalho</strong>, sendoalgumas atividades mais atingidas do que outras em termos de emprego. Oreconhecimento desse aspecto é relevante na medida em que remete para adificuldade de se estimar o saldo líquido da difusão das NTs sobre o volume deemprego.A dimensão temporal do processo de adoção das NTs tem também desdobramentossobre o emprego, pois os efeitos imediatos da incorporação dasinovações não são necessariamente idênticos àqueles observados ao longo deuma trajetória tecnológica. Com base nesse entendimento, se o uso das NTstem efeitos adversos sobre o volume de emprego no curto prazo, ele representaum elemento que favorece a sobrevivência de uma atividade econômica em umaperspectiva temporal de longo alcance, constituindo-se numa forma de contra--arrestar a destruição de postos de <strong>trabalho</strong> que pode ser suscitada pela estagnaçãona incorporação do progresso técnico.Quanto à relação entre as NTs, as habilidades da força de <strong>trabalho</strong> e asocupações, alguns aspectos desenvolvidos neste capítulo merecem ser destacados.Inicialmente, o entendimento da noção de qualificação da força de <strong>trabalho</strong>utilizado dá conta de que esta encerra múltiplas dimensões, ou seja, amesma é multifacetada. O referencial analítico proposto por Bright (1958) vaijustamente ao encontro de tal percepção, pois caracteriza a qualificação daforça de <strong>trabalho</strong> como a composição de um conjunto de habilidades e atributos.Com base nessa abordagem, Bright (1958) formulou a hipótese de que oavanço da automação teria a tendência de provocar um processo de deskillingda força de <strong>trabalho</strong> industrial.A evidência empírica posteriormente reunida teve o propósito de mostrarquais os requerimentos de habilidades e atributos demandados da força de <strong>trabalho</strong>pela adoção das NTs. A partir desta, afirma-se que algumas habilidadestêm se tornado menos importantes — como a destreza manual —, enquantooutras têm sido valorizadas — como o raciocínio lógico e a base de conhecimentogeral. Em alguma medida, esses efeitos das NTs também se refletem,como indicam os estudos, nas ocupações que são mais atingidas em termosde destruição-criação de postos de <strong>trabalho</strong> com a incorporação do progressotécnico.Em face de aspectos destacados na subseção 2.2.2, reconhece-se queaquela evidência empírica não é suficiente para refutar a hipótese de deskillingda força de <strong>trabalho</strong> industrial. O que ela indica, isto sim, é que as novas formasde automação demandam requerimentos de habilidades da força de <strong>trabalho</strong>diferenciados vis-à-vis àqueles que estavam presentes na base técnica

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