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Novas tecnologias, trabalho e competitividade

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105A expansão de formas de <strong>trabalho</strong> precárias na economia norte-americana,ao longo dos anos 80, como o emprego temporário, é também um elementoinibidor à adoção de estratégias orientadas para o aumento da eficiência produtiva.Assim, de acordo com a evidência apresentada por Weinstein e Kochan (1995,p. 17), estima-se que o emprego temporário cresceu a uma taxa de 11% ao ano,entre 1975 e 1986, naquele país. Muito provavelmente, a expansão dessas formasde <strong>trabalho</strong> contribuiu para o aumento da desigualdade salarial, por um lado,bem como debilitou o desenvolvimento dos recursos humanos e da segurançano emprego, por outro (Weinstein; Kochan, 1995, p. 18).No âmbito microeconômico, diversas são as questões postas pela realidadenorte-americana quanto às possibilidades de se sustentar com êxito aincorporação das novas práticas de emprego. Inicialmente, pode-se ressaltar aforma como tem se dado a inserção dos trabalhadores no processo de mudanças;nesses termos, observa-se um decréscimo no número de trabalhadoressindicalizados naquele país, o que claramente debilita a capacidade de elesnegociarem condições mais favoráveis aos seus interesses quando da introduçãode inovações nas práticas de emprego. A par desse aspecto, constata-se tambémque há, por parte das firmas, certa preferência por incorporar inovações emlocalizações nas quais o sindicalismo é menos desenvolvido ou inexistente,procurando, com isso, alcançar um afastamento das práticas de barganha coletivacom os trabalhadores, freqüentemente caracterizadas por um caráter de naturezamais conflitiva. Nesse ambiente, é legítimo questionar as condições objetivasnecessárias para os trabalhadores se envolverem com as metas empresariais,pois não se pode deles esperar compromissos mais sólidos com mudançassobre cujos impactos eles possuem pouca capacidade para interferir coletiva eorganizadamente. 6É interessante também perceber a existência de uma diversidade deestratégias no interior da própria indústria norte-americana em termos de adoçãodas novas práticas de emprego. Assim, constata-se que, por um lado, estãomuito mais propensas a adotar inovações firmas inseridas em indústrias de altatecnologia e onde inexiste sindicalização, como aquelas pertencentes aos ramosde computadores, eletrônica e telecomunicações; por outro, esse não pareceser o caso de indústrias tradicionais e em declínio, como, por exemplo, têxteis(Weinstein; Kochan, 1995, p. 4-5). De acordo com Parks (1995, p. 22), isso sedeveria, pelo menos parcialmente, ao fato de que firmas inseridas em indústrias6A evolução da participação dos trabalhadores sindicalizados na força de <strong>trabalho</strong> nãoagrícola dos Estados Unidos é a seguinte: 1950, 31,5%; 1960, 31,4%; 1970, 27,3%; 1980,21,9%; e 1993, 15,6% (Kochan; Katz; Mckersie, 1989, p. 31; Houseman, 1995, p. 116).

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