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Novas tecnologias, trabalho e competitividade

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179Em concordância com essa compreensão, esse tipo de evolução é menosevidente nas Firmas 3, 6 e 11, pois estas possuem estruturas mais verticalizadasdo que as demais. Ou seja, como o emprego ligado a atividades de montagemfoi menos afetado nelas do que nas demais empresas, não se percebia de formatão nítida a tendência anteriormente aludida de aumento do nível de escolaridadeda força de <strong>trabalho</strong> como um todo.No que se refere aos efeitos da tecnologia, existem evidências de que aconstituição da base técnica microeletrônica está também a exigir dos trabalhadoresligados à produção novos requerimentos de habilidades. Assim, conformeo relato obtido junto ao diretor da Firma 10,“(...) hoje, não dá para admitir, por mais simples que seja o operáriode produção, que ele não saiba operar uma máquina a computador.(...) Ele tem que saber ligar o computador, fazer uma requisição depeça, dar baixa na peça. Então, ele tem que entender um pouco deinformática. É um conceito básico, mas que não se tinha há seteanos atrás”.A partir desse depoimento, pode-se depreender que a incorporação dasnovas <strong>tecnologias</strong> está conduzindo a uma mudança no perfil de qualificaçãorequerido do pessoal de produção. Assim, nessas ocupações, as exigências deconhecimentos formais ganham importância relativamente àquelas que lhes eramdemandadas no passado. 13A pesquisa de campo permitiu identificar que a difusão de práticas de controlede qualidade nos anos 90 teve implicações sobre os requerimentos dehabilidades do pessoal ligado à produção. Desse modo, a adoção dessaspráticas demandou iniciativas por parte das empresas em termos de treinamentode sua força de <strong>trabalho</strong>, de forma que esta viesse a incorporar novas habilidadese conhecimentos. Na Firma 8, por exemplo, a implantação das normas dequalidade está a exigir do pessoal ligado à produção maior capacidade de interpretardesenhos, textos e a familiaridade com a tecnologia de informática, o quenão ocorria no passado.Fora do âmbito da produção, algumas ocupações também estão apresentandouma mudança na composição de suas habilidades com a adoção dasnovas <strong>tecnologias</strong>. No depoimento obtido junto à Firma 3, foram destacadas asmudanças observadas nos requerimentos de habilidades da ocupação dedesenhista. De acordo com um dos diretores dessa empresa,13A esse respeito, ver o Capítulo 2 deste <strong>trabalho</strong>, seção 2.2, bem como Ferraz, Rush e Miles(1992) e Howell e Wolff (1992).

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