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Novas tecnologias, trabalho e competitividade

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192De acordo com a compreensão aqui proposta, é inegável que a adoção deprogramas de qualidade foi relevante no processo de capacitação das empresaslocais. Está-se em um ambiente econômico em que ocorre uma mudança nasnormas de concorrência e nas convenções econômicas, sendo a eficiência produtivae a qualidade dos produtos cada vez mais valorizadas (Benezech, 1996).Os esforços das empresas relativos a essas práticas representam uma tentativade aproximação de novos parâmetros que estão se afirmando na competiçãointercapitalista.Sem negar a relevância de tal processo, um aspecto que merece atençãodiz respeito à sua relação com o padrão de concorrência no qual estão inseridasas firmas de automação industrial. Conforme Ferraz, Kupfer e Haguenauer (1995),o grupo industrial difusor do progresso técnico tem como dimensão nuclear aoseu padrão de concorrência o processo de capacitação tecnológica, o qual seexpressa no comportamento de variáveis associadas ao esforço tecnológicodas empresas. Nesse sentido, pode-se questionar se não teria havido, na segundametade dos anos 90, uma sobreênfase no processo de capacitação produtivaem detrimento do comprometimento com a capacitação tecnológica. Sendotal constatação pertinente, as evidências de campo estariam a apontar umaperspectiva de evolução menos promissora para algumas firmas locais.Quanto à problemática do <strong>trabalho</strong> nas firmas de automação industrial, asevidências de campo permitem afirmar os seguintes pontos. O emprego nessasfirmas não é grande em termos absolutos, sendo o seu somatório de 1.690postos de <strong>trabalho</strong>. Com isso, constata-se que o efeito direto de geração deemprego dessas empresas, através do desenvolvimento de novos produtos eserviços, é pouco significativo para a economia como um todo.Por outro lado, as características do emprego das firmas estudadas sãobastante distintas comparativamente às da indústria de transformação. Conformejá destacado, o contingente da força de <strong>trabalho</strong> correspondente a ocupaçõestécnicas ou com escolaridade de terceiro grau tem um peso significativono emprego total das firmas de automação industrial. Com base nessa percepção,pode-se indicar a possibilidade de se estar encaminhando, em empresasde base tecnológica, uma convergência da natureza do <strong>trabalho</strong> industrial comalgumas atividades existentes no âmbito do Setor Terciário ou, mais especificamente,com os serviços produtivos (Perez, 1985).Quanto à gestão da força de <strong>trabalho</strong> nas firmas estudadas, podem serfeitas as seguintes considerações. Em se tratando de empresas de basetecnológica, dois aspectos moldam suas práticas de emprego. O primeiro delesestá associado à composição da força de <strong>trabalho</strong>, a qual se caracteriza poruma participação expressiva de pessoal de nível técnico ou com escolaridade

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