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Novas tecnologias, trabalho e competitividade

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115do de <strong>trabalho</strong> (Coriat, 1994, p. 89-97). Dessa forma, o salário por antigüidadeconstituiu-se em um dispositivo encontrado para estimular a fixação da mão-de--obra jovem. No curto prazo, este não implicava um sobrecusto para as firmas,devido justamente à composição etária da força de <strong>trabalho</strong> e aos seus poucosanos de serviço.A remuneração mensal de um trabalhador japonês pode ser decomposta,segundo sugestão de Aoki (1990a, p. 61-64), em três componentes: um associadoao indivíduo, outro ao posto de <strong>trabalho</strong> e um terceiro correspondente a umasérie de prestações atinentes à capacitação, horas-extras, moradia, transportee auxílio à família. Quanto ao primeiro desses componentes, o mesmo é determinadopela antigüidade e pelo mérito do indivíduo; por sua vez, o segundocomponente é definido com base em uma avaliação de desempenho no postode <strong>trabalho</strong>. Todavia, como a classificação dos postos de <strong>trabalho</strong> no Japão érelativamente fluida, há uma tendência de que ocorra uma forte associação entreesse segundo componente da remuneração e o primeiro — vinculado ao indivíduo.Vale a pena ressaltar o quanto estão associadas as práticas referentes aosalário por antigüidade e ao emprego vitalício, tendo em vista que elas têmimplicações significativas sobre a gestão da força de <strong>trabalho</strong>, sobre as regrasde treinamento e sobre a produção de qualificações no interior das firmas. Nessaperspectiva, Coriat (1994, p. 92) argumenta que essas práticas se coadunamcom o papel já assinalado dos mercados internos de <strong>trabalho</strong>, os quais foramutilizados sistematicamente pelas firmas no Japão como meios de treinamentoe formação intensivos, de definição de carreiras profissionais e de critérios deascensão dos trabalhadores na estrutura hierárquica das mesmas. Assim, pode--se perceber — e é isso que é necessário destacar — que o emprego vitalício eo salário por antigüidade vão constituir-se em elementos de estímulo aoengajamento dos trabalhadores, pois representam uma contrapartida objetivaao seu envolvimento com o processo produtivo.Uma outra prática de remuneração do sistema japonês de relações de<strong>trabalho</strong> bastante reconhecida é a do pagamento de bônus. Conforme Aoki(1990a, p. 81-82), o pagamento de bônus é definido pela negociação coletivaque se dá todos os anos entre firmas e trabalhadores. Todavia a participação dasoma paga anualmente sob a forma de bônus na remuneração do empregadotem, dentro de certos limites, estabilidade, não sendo determinada pelodesempenho de curto prazo da empresa, mas, sim, ajustando-se a sua situaçãoeconômica de médio prazo.Além dessas práticas de formação dos salários que se dão no âmbito dafirma, o sistema japonês de relações de <strong>trabalho</strong> também contém outro elemento,que é a ofensiva anual dos sindicatos, a qual tem por objetivo obter avançossalariais, o que ocorre na primavera (Aoki, 1990a; Coriat, 1994; Inoué; Yamada,

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