76<strong>trabalho</strong> em face da mudança técnica (Howell; Wolff, 1992, p. 143). Assim, oaumento do nível médio das habilidades cognitivas e da participação de trabalhadoresprofissionais e de técnicos no emprego industrial constituir-se-ia emum desdobramento da adoção progressiva das NTs.Também no que se refere à economia norte-americana, Leontief e Duchin(1986) fizeram projeções do impacto da automação sobre o <strong>trabalho</strong> na indústriautilizando técnicas de insumo-produto. Essa pesquisa reveste-se de particularimportância tanto pelo fato de ter procurado examinar os impactos futuros sobreo <strong>trabalho</strong> de diferentes equipamentos de automação, como porque se constituiuem um esforço no sentido de estimar os efeitos das NTs em termos maisabrangentes do que aqueles contidos nos estudos de caso. Alguns aspectossobre a estrutura ocupacional emergem do estudo, a partir dos quais podem serapontadas as relações com o perfil de habilidades e o conteúdo da força de<strong>trabalho</strong> requeridos pela nova base técnica.Assim, o uso do CAD afeta sobremaneira a ocupação de desenhista, querepresentava 296 mil postos de <strong>trabalho</strong> na indústria norte-americana em 1978(Leontief; Duchin, 1986, p. 38-40). São assumidos os seguintes percentuais dedesenhistas afetados pela adoção do CAD: 50% em 1990 e 90% no ano 2000,no cenário menos dinâmico em termos de difusão do progresso técnico; 90%em 1990 e 100% no ano 2000, no cenário mais dinâmico em termos de mudançatecnológica. Quanto aos desenhistas que são substituídos pelo uso do CAD,assumem-se os seguintes percentuais: no cenário menos dinâmicotecnologicamente, 20% e 50% em 1990 e no ano 2000 respectivamente; e, nocenário mais dinâmico, 80% em 1990 e 100% no ano 2000. Com base nessashipóteses, foi estimado que o coeficiente de <strong>trabalho</strong> da ocupação de desenhistaem proporção ao de 1977 ter-se-ia se reduzido, em 1990, para 0,63 e, no ano2000, para 0,25, no primeiro cenário; no segundo cenário, esse coeficiente reduzir-se-iapara 0,16 em 1990 e, no ano 2000, ter-se-ia tornado zero, não maishavendo, portanto, a presença do <strong>trabalho</strong> de desenhistas.A difusão de equipamentos com CNC em 33 setores da indústria metalúrgicanorte-americana também evidencia impactos relevantes sobre o <strong>trabalho</strong> (Leontief;Duchin, 1986, p. 46-48). Nesse sentido, são assumidas as seguintes hipóteses:os requerimentos de <strong>trabalho</strong> por equipamento com CNC relativamente aosconvencionais 9 correspondem aos percentuais de 80% em 1990 e 60% no ano2000, no cenário tecnologicamente menos dinâmico; no cenário tecnologicamente9Conforme Leontief e Duchin (1986, p. 47), “ A razão da economia de <strong>trabalho</strong> pelo aumentode produto por ferramenta dá os requerimentos relativos de <strong>trabalho</strong> por unidade de produtousando ferramentas com CNC versus convencionais”.
mais dinâmico, esses requerimentos são de 70% em 1990 e 50% no ano 2000.Por sua vez, foi assumido que o percentual economizado de <strong>trabalho</strong> por equipamentocom CNC é de 82% em 1990 e de 87% no ano 2000, para o primeirocenário; no segundo cenário, os percentuais são de 84% e 89% em 1990 e noano 2000 respectivamente. A partir dessas hipóteses, os autores estimaramque o coeficiente de <strong>trabalho</strong> das ocupações de operadores de máquinas e deferramenteiros (tool and die makers), em proporção ao de 1977, seria de 0,95em 1990 e de 0,70 no ano 2000, no cenário menos dinâmico em termos deincorporação do progresso técnico; no cenário mais progressivo de mudançatecnológica, os coeficientes estimados seriam de 0,80 e 0,42 em 1990 e no ano2000 respectivamente. Neste último cenário, portanto, teria ocorrido, entre 1990e o ano 2000, uma redução de aproximadamente 50,0% (0,80-0,42) nos requerimentosde <strong>trabalho</strong> de duas ocupações características da indústria metalúrgica.Os efeitos sobre o <strong>trabalho</strong> da difusão da robótica em 51 setores da indústriada Alemanha Ocidental foram analisados por Edler e Ribakova (1994). Utilizandoum modelo dinâmico de insumo-produto, esses autores procuraram projetar,até o ano 2000, o impacto em termos de emprego e de estrutura ocupacionalda difusão de uma das formas mais avançadas de automação. No que diz respeitoà estrutura ocupacional, caberia destacar sinteticamente os resultadosdesse estudo, pois os mesmos se associam à questão das habilidades requeridasda força de <strong>trabalho</strong> em face da adoção das NTs.De acordo com as simulações da pesquisa, os impactos estimados dadifusão da robótica no subperíodo 1996-00 mostram que as ocupações quecresceriam mais intensamente estão associadas ao <strong>trabalho</strong> de manutenção,tanto mecânica como elétrica. Ainda que menos intensamente, cresceriam tambémas ocupações de técnicos, experts em computação, engenheiros mecânicose engenheiros eletricistas. Por outro lado, as ocupações afetadas maisnegativamente pela difusão da robótica no subperíodo 1996-00 seriam as desoldadores e empacotadores; ainda seriam afetados negativamente, embora deforma menos intensa, os trabalhadores operativos (labourers) e de montagem,os quais, se reconhece, exercem atividades com requerimentos mais limitadosem termos de habilidades (Edler; Ribakova, 1994, p. 268-270).772.2.3 - Os condicionantes sociais da adoção das novas<strong>tecnologias</strong> e suas implicações para o <strong>trabalho</strong>Esta subseção se propõe a seguinte questão: por que os estudos empíricosevidenciam resultados distintos dos impactos das NTs sobre o <strong>trabalho</strong>? A hipótesebásica para respondê-la é a de que a adoção das NTs é condicionada —
- Page 1:
1SECRETARIA DA COORDENAÇÃO E PLAN
- Page 5:
Para minha mãe.Para meus colegas d
- Page 8 and 9:
8Os colegas Cláudia do Nascimento
- Page 10 and 11:
10trabalho é diferenciada para cad
- Page 13 and 14:
13SUMÁRIOLISTA DE FIGURAS E GRÁFI
- Page 15:
155 - TECNOLOGIA E TRABALHO EM FIRM
- Page 19:
19LISTA DE QUADROSQuadro 1.1 - Prob
- Page 22 and 23:
22Tabela 4.12 -Ações relativas à
- Page 24 and 25:
24de trabalho e o desempenho compet
- Page 26 and 27: 26força de trabalho industrial, s
- Page 28 and 29: 28ao modelo taylorista de organiza
- Page 30 and 31: 30era condicionada pelo tamanho das
- Page 32 and 33: 32No Quadro 1.1, foram compilados d
- Page 34 and 35: 34Controlador lógico-programável
- Page 36 and 37: 36as informações; a mesa digitali
- Page 38 and 39: 38nas diferentes esferas organizaci
- Page 40 and 41: 40elementos de longo prazo da condu
- Page 42 and 43: 42Quadro 1.2Principais tipos de fle
- Page 44 and 45: 44dos a graus crescentes de integra
- Page 46 and 47: 46ciente a produção em pequenas s
- Page 48 and 49: 48redução do tamanho médio dos l
- Page 50 and 51: 50Associado à questão da diferenc
- Page 52 and 53: 52escalas em termos de tamanho das
- Page 54 and 55: 54aumentos na produtividade dos rec
- Page 56 and 57: 56mes. A confirmação dessa hipót
- Page 59 and 60: 2 - NOVAS TECNOLOGIAS ETRABALHO: UM
- Page 61 and 62: 2.1.1 - Os efeitos diferenciados da
- Page 63 and 64: 2.1.2 - Diferenças setoriais na in
- Page 65 and 66: Pianta, 1996). Ou seja, algumas ati
- Page 67 and 68: 672.2 - Novas tecnologias, habilida
- Page 69 and 70: 69Quadro 2.1Habilidades e atributos
- Page 71 and 72: des da força de trabalho, procuran
- Page 73 and 74: Os programas são eles próprios re
- Page 75: modelo econométrico, podem ser res
- Page 79 and 80: car melhorias nos próprios projeto
- Page 81 and 82: nas séries. Tal evidência poderia
- Page 83 and 84: das NTs como na presença dos conse
- Page 85: eletromecânica. Com isso, ocorre u
- Page 88 and 89: 88principais características das p
- Page 90 and 91: 90categorias de trabalhadores. Outr
- Page 92 and 93: 92tos — como, por exemplo, a capa
- Page 94 and 95: 94a incorporação do progresso té
- Page 96 and 97: 96da produtividade. De acordo com e
- Page 98 and 99: 98p. 183-185). A hipótese básica
- Page 100 and 101: 100firmas industriais tinham incorp
- Page 102 and 103: 102sobre os resultados da utilizaç
- Page 104 and 105: 104se deva destacar que esse estudo
- Page 106 and 107: 106dinâmicas e tecnologicamente av
- Page 108 and 109: 108período. Assim, essa proporçã
- Page 110 and 111: 110Um dos aspectos distintivos da e
- Page 112 and 113: 112envolvem. Como afirmado anterior
- Page 114 and 115: 114Nessa perspectiva, as práticas
- Page 116 and 117: 1161995; Nakamura; Nitta, 1995). Ta
- Page 118 and 119: 118consideram nucleares são a rota
- Page 120 and 121: 120objetivo de que se produz apenas
- Page 122 and 123: 122reduzir a rotatividade no empreg
- Page 124 and 125: 124para os trabalhadores que consti
- Page 126 and 127:
126identificar suas relações com
- Page 128 and 129:
128
- Page 130 and 131:
130mentalmente, de dados compilados
- Page 132 and 133:
132A evolução das vendas dos prin
- Page 134 and 135:
134Quanto ao volume de emprego cria
- Page 136 and 137:
136Quadro 4.1Origem da tecnologia d
- Page 138 and 139:
138Tabela 4.5Distribuição do empr
- Page 140 and 141:
1404.2 - O segmento de automação
- Page 142 and 143:
142ver Gráfico 4.1). A partir de 1
- Page 144 and 145:
144Tabela 4.7Alíquotas de importa
- Page 146 and 147:
146Quanto às exportações do segm
- Page 148 and 149:
1484.2.2 - Aspectos das práticas d
- Page 150 and 151:
150Quanto aos elementos associados
- Page 152 and 153:
152No âmbito do segmento de automa
- Page 154 and 155:
154comparativamente à fase I, uma
- Page 156 and 157:
156na fase inicial de seu desenvolv
- Page 158 and 159:
158Deve-se ressaltar que a experiê
- Page 160 and 161:
160
- Page 162 and 163:
162e março de 1998, sendo cinco lo
- Page 164 and 165:
1645.2 - As estratégias empresaria
- Page 166 and 167:
166já estava praticamente fechando
- Page 168 and 169:
168e isso faz com que se tenham op
- Page 170 and 171:
170Em um segmento produtivo que int
- Page 172 and 173:
172Informática e Automação do Go
- Page 174 and 175:
174A Firma 1 estrutura da seguinte
- Page 176 and 177:
176Alguns exemplos contribuem para
- Page 178 and 179:
178dos. Assim, essas firmas apresen
- Page 180 and 181:
180“Antigamente, nós tínhamos o
- Page 182 and 183:
182alguma experiência no processo
- Page 184 and 185:
184A esse respeito, a experiência
- Page 186 and 187:
186Feita essa ressalva, as evidênc
- Page 188 and 189:
188porte das empresas. Nesses termo
- Page 190 and 191:
190Essa empresa também possui um p
- Page 192 and 193:
192De acordo com a compreensão aqu
- Page 194 and 195:
194
- Page 196 and 197:
196Os impactos das novas tecnologia
- Page 198 and 199:
198atinentes à qualidade, pode-se
- Page 200 and 201:
200características do trabalho em
- Page 202 and 203:
202
- Page 204 and 205:
204BALTAR, P. Salários e preços:
- Page 206 and 207:
206CAVESTRO, W. Automation, new tec
- Page 208 and 209:
208FLEURY, A.; HUMPHREY, J. (Coords
- Page 210 and 211:
210Technological Forecasting and So
- Page 212 and 213:
212OSTERMAN, P. Supervision, discre
- Page 214 and 215:
214SYLOS-LABINI, P. Nuevas tecnolog
- Page 216 and 217:
216
- Page 218 and 219:
218trial tem dado respostas satisfa
- Page 220:
220EDITORAÇÃOSupervisão: Valesca