150Quanto aos elementos associados à capacitação produtiva, houve ênfasena ação governamental para que estes fossem aprimorados pela indústria comoum todo no período de abertura da economia. A capacitação produtiva teve comoum dos principais instrumentos de apoio do Governo Federal o Programa Brasileirode Qualidade e Produtividade (PBQP), de 1990 (Programa..., 1990). Sementrar no mérito da efetividade desse programa — a esse respeito, ver Kupfer(1995) —, percebe-se, a partir de então, uma série de iniciativas na indústriabrasileira associadas à eficiência produtiva, as quais se consubstanciaram, demodo geral, na busca de obtenção de certificados de qualidade (Fleury; Humphrey,1993; Fleury, 1995; Qualidade..., 1996).Tabela 4.11Distribuição do emprego, por atividade, no segmento deautomação industrial do Brasil — 1992-95ATIVIDADES 1992 1993 1994 1995Vendas e marketing ....................................... 13,8 13,5 12,4 12,2Administração ................................................ 22,3 15,6 14,2 10,8Produção ........................................................ 36,1 49,1 50,2 53,0Assistência técnica ......................................... 7,6 5,1 5,0 5,6Desenvolvimento ............................................ 18,4 10,9 12,5 12,1Recursos humanos/outras ............................. 1,9 5,8 5,7 6,2FONTE: PANORAMA DO SETOR DE INFORMÁTICA 1991/95. Brasília: Secretaria dePolítica de Informática e Automação, 1997.(%)Infelizmente, não se dispõe de evidências relativas às práticas decapacitação produtiva do segmento de automação industrial para o período deabertura econômica como um todo. Pode-se, de forma muito limitada, fazercomparações de alguns aspectos do ano de 1990 (Tabela 4.12) com o que seobservava em 1987 (Tabela 4.6). Assim, percebe-se que se elevou o percentualde firmas que implantaram o controle de qualidade, o controle estatístico deprocessos e a certificação de conformidade para insumos e produtos, enquantose reduziu o daquelas que haviam implantado programas de qualidade total e odesenvolvimento de fornecedores (ainda que este último item registre umpercentual que se mantém bastante elevado). Adicionalmente, constata-se que
151alguns itens para os quais se dispõe de informações exclusivamente para o anode 1990, como garantia de qualidade, verificação de qualidade do produto final,inspeção/ensaio de componentes eletrônicos e controle de desempenho de produtofinal em campo, evidenciam percentuais de adoção significativos, entre66% e 90%.A evidência contida na Tabela 4.12 sugere a possibilidade de que, nosanos 90, tenha havido avanço em termos de capacitação produtiva no segmentode automação industrial. Em alguma medida, esse avanço foi forçado pelo processode abertura da economia, pelo acirramento da competição no mercadodoméstico e, como decorrência, pela procura por parâmetros internacionais deeficiência produtiva. Em termos de conduta empresarial, pode-se levantar a conjecturade que a ênfase na capacitação produtiva se deveu ao fato de esta sermenos onerosa e envolver menor nível de incerteza quanto aos seus resultadosdo que o comprometimento com a capacitação tecnológica.Tabela 4.12Ações relativas à qualidade no segmento de automação industrial do Brasil — 1990(%)NÃOIMPLAN- EMAÇÃO/PROGRAMACONSI-TADA ESTUDODERADAControle de qualidade .............................. 90,5 5,7 3,8Garantia de qualidade ............................... 66,0 24,5 9,5Verificação da qualidade do produto final 90,6 1,9 7,5...............Programa de qualidade total .................... 7,5 52,8 39,7Controle estatístico de processos ............ 32,1 32,1 35,8Inspeção/ensaio de componentes eletrônicos..................................................... 77,4 11,3 11,3Desenvolvimento de fornecedores ............ 77,4 11,3 11,3Controle de desempenho do produto finalem campo ................................................ 83,0 13,2 3,8Uso de testadores automáticos ................ 41,5 34,0 24,5Certificação de conformidade para insumose produtos ......................................... 41,5 34,0 24,5Contabilidade de custos ........................... 5,7 60,3 40,0FONTE DOS DADOS BRUTOS: PANORAMA DO SETOR DE INFORMÁTICA. Brasília:Departamento de Política de Informática e Automação,v. 1, n. 1, 1991.
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