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Novas tecnologias, trabalho e competitividade

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114Nessa perspectiva, as práticas japonesas atinentes aos mercados internosde <strong>trabalho</strong> possuem importantes nexos com o desenvolvimento das competênciasdos coletivos de trabalhadores, uma vez que sua formação se dá, demodo geral, no âmbito das firmas. Com base nessa constatação, encontra substânciaa racionalidade econômica que busca uma maior permanência dos trabalhadoresno emprego, pois a firma investiu durante vários anos em treinamentode sua força de <strong>trabalho</strong>. Assim, faz sentido a asserção de que o capitalismojaponês teria desenvolvido práticas de estabilidade relativas aos seus trabalhadoresblue-collar que se assemelham àquelas das firmas ocidentais para osseus empregados white-collar ou para os trabalhadores do setor público (Coriat,1994, p. 100-101). A partir desse entendimento, sugere-se que a forma comoforam organizadas as práticas relativas aos mercados internos de <strong>trabalho</strong> noJapão se constituíram em um elemento de estímulo à melhoria da performancedos trabalhadores via treinamento e aprendizado no local de <strong>trabalho</strong>. 9Desse modo, um aspecto singular associado à formação das habilidadesnas práticas de emprego japonesas é que esta é concebida como composta pordiferentes estágios durante a vida produtiva de um trabalhador. Fazendo umacomparação com as práticas norte-americanas, Lazonick (1990, p. 87) afirmaque, nos Estados Unidos, se denominam diferentes postos de <strong>trabalho</strong> de nãoqualificados (unskilled), semiqualificados (semiskilled) e qualificados (skilled),sendo que os mesmos são ocupados por diferentes tipos de trabalhadores. Demodo diverso, no Japão, cada um desses tipos de postos de <strong>trabalho</strong> correspondea estágios que o mesmo operário passa ao longo dos primeiros 10 anos de<strong>trabalho</strong> na firma em que se encontra empregado.Formação dos salários e políticas de remuneração da força de <strong>trabalho</strong>Quanto a essa modalidade de práticas no Japão, um de seus elementosnucleares é o salário por antigüidade (Aoki, 1990a; Osawa, 1993; Coriat, 1994;Nakamura; Nitta, 1995). O salário por antigüidade também está vinculado aosaspectos acima esboçados que contribuíram para a existência do emprego vitalício,como a estrutura etária da força de <strong>trabalho</strong> do País no imediato Pós-Segunda Guerra Mundial, na qual se observava uma participação significativa detrabalhadores jovens, bem como a necessidade de as firmas fixarem a mão-de--obra em um contexto em que se acirrava a competição pela mesma no merca-9Nesse sentido, Koike apud Kumazawa e Yamada (1989, p. 324) utiliza a expressão white--collarized workers com habilidades intelectuais para definir o significado dessa práticajaponesa.

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