11.07.2015 Views

Novas tecnologias, trabalho e competitividade

Novas tecnologias, trabalho e competitividade

Novas tecnologias, trabalho e competitividade

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

1161995; Nakamura; Nitta, 1995). Tal prática, que existe desde o início dos anos60, tem como propósito obter um aumento salarial geral correspondente, grossomodo, ao crescimento da produtividade no ano anterior. A “ofensiva de primavera”tinha, em meados da década de 80, uma cobertura de quase 10 milhões detrabalhadores sindicalizados, sendo que seus resultados também balizavam adeterminação dos salários dos trabalhadores não organizados (Shirai, 1987,p. 243).Organização sindical e negociações coletivasNo que se refere a essas práticas, caberia, inicialmente, resgatar que, atéo final da Segunda Guerra Mundial, o número de sindicatos e de trabalhadoressindicalizados no Japão era muito reduzido (Nakamura; Nitta, 1995, p. 328).Entretanto, no imediato Pós-Guerra e nos primeiros anos da década de 50, oambiente de liberalização política suscitou um crescimento muito intenso domovimento sindical japonês e o acirramento do conflito entre firmas e trabalhadoresem inúmeros setores. 10 Isto acabou culminando em atos de repressãoaos trabalhadores, bem como em uma reviravolta na organização e na orientaçãodo movimento sindical, cujos traços básicos se tornaram dominantes apartir de então. 11A esse respeito, o aspecto que mais chama atenção é o fato de que ossindicatos, no Japão, desde os anos 50, estão organizados por empresas(Kumazawa; Yamada, 1989; Aoki, 1990a; Coriat, 1994; Nakamura; Nitta, 1995).Assim, é principalmente no âmbito da firma que os trabalhadores conduzem,coletivamente, as suas estratégias de reivindicações junto ao patronato emtermos de condições de <strong>trabalho</strong> e remuneração, o que indica um sistema denegociações coletivas bastante descentralizado. No que se refere ao conteúdodas negociações coletivas no Japão, podem-se destacar os seguintes aspectos:em primeiro lugar, os acordos estabelecidos entre firmas e trabalhadores sãomuito pouco contratualizados, e, de modo geral, não existem compromissosformais da parte da empresa com, por exemplo, o emprego vitalício do core desua força de <strong>trabalho</strong> ou o pagamento de bônus como forma de participação nodesempenho (Aoki, 1990a, p. 95); em segundo lugar, o leque de questões que10O número de sindicatos no Japão elevou-se de 49 em 1940 para 34.688 em 1949; nessesmesmos anos, o número de trabalhadores sindicalizados aumentou de 9.455 para 6.655.483.Com isso, estima-se que a densidade sindical cresceu de 0,1% em 1940 para 55,8% em1949, a mais alta de toda a história do País (Nakamura; Nitta, 1995, p. 329).11A respeito desses embates e de seus desdobramentos, consultar Aoki (1990a, p. 183-193)e Nakamura e Nitta (1995).

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!