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Novas tecnologias, trabalho e competitividade

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107está muito mais vinculada a uma racionalidade que privilegia a estabilidade e abusca da consecução de metas de longo prazo dela decorrentes. 7Sem deixar de reconhecer o processo de mudanças nas práticas de empregonorte-americanas desde os anos 80, os aspectos já elencados nestasubseção também permitem que se identifiquem elementos de continuidadecom o período histórico antecedente. Em alguma medida, todas as questõesrelativas à segurança no emprego, como a dificuldade de se obterem avançosno sentido de uma maior estabilidade da força de <strong>trabalho</strong> e de se firmaremcompromissos de longo prazo entre firmas e trabalhadores na economia norteamericana,significam muito mais sinais de continuidade com as práticas deemprego existentes sob o regime de acumulação fordista. Todavia deve-seenfatizar que tal elemento de continuidade representa hoje um problema substantivoao desenvolvimento de novas formas de organização e de gestão do<strong>trabalho</strong> naquele país, pois se o mesmo podia ter consistência com o sistemade produção em massa — para o qual se demandava um contingente expressivode trabalhadores que tivesse tão-somente certa disciplina fabril, mas quepodia ser pouco qualificado e apresentar uma elevada rotatividade no emprego—, este mostra-se incompatível com uma orientação voltada para o desenvolvimentodos high performance workplace systems.Um outro elemento de continuidade que se pode identificar com as práticasde emprego oriundas do período da Golden Age refere-se à intensidade desupervisão e de busca de disciplina no local de <strong>trabalho</strong> na economia norte--americana. Conforme é reconhecido, em face da forma de organização doprocesso de <strong>trabalho</strong> sob o sistema de produção em massa, caracterizada pelagrande fragmentação das tarefas e por uma clara divisão entre o <strong>trabalho</strong> deconcepção e o de execução, foram montadas estruturas muito hierarquizadasnas firmas norte-americanas, tendo, para tanto, funcionalidade o processo desupervisão e de controle da força de <strong>trabalho</strong>. Segundo estudo de Gordon (1990),a comparação internacional de um grupo selecionado de quatro países avançadosestaria a indicar que, na economia norte-americana, entre 1960 e 1985, é ondese encontra não só a maior intensidade de supervisão — medida pela proporçãoda força de <strong>trabalho</strong> em ocupações administrativas e gerenciais comparativamenteà força de <strong>trabalho</strong> não-agrícola total —, bem como esta aumenta ao longo do7Nesses termos, Weinstein e Kochan (1995, 1995, p. 11) relatam que uma pesquisa sobre asfirmas de alta tecnologia localizadas em Massachusetts evidenciou que, em um contextoeconômico adverso, os orçamentos para treinamento eram os primeiros itens a sofreremcortes; adicionalmente, os programas de treinamento dessas firmas não pareciam estarintegrados a uma estratégia mais ampla de recursos humanos.

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