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Novas tecnologias, trabalho e competitividade

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78além de pelas variáveis tecnoeconômicas, cuja heterogeneidade já se procuroucaracterizar — por aspectos sociais, com o que são abertas possibilidadesdiferentes de incorporação do progresso técnico e de redefinição do conteúdodo <strong>trabalho</strong>. A partir dessa perspectiva analítica, pode-se compreender a existênciade experiências discrepantes quanto aos resultados do uso das NTs emtermos de habilidades da força de <strong>trabalho</strong>.Tal perspectiva pode ser identificada como uma abordagem não-deterministados efeitos das NTs sobre o <strong>trabalho</strong>. Assim, a maior ou menor valorização dashabilidades da força de <strong>trabalho</strong> não é o resultado exclusivo da mudança técnica,tendo os agentes econômicos envolvidos certa margem de escolha na formade concepção e de adoção das inovações. Nesse sentido, um <strong>trabalho</strong> da OECDdestaca que“Quando introduzida, a nova tecnologia fornece, em teoria ecrescentemente na prática, opções tanto para a organização do<strong>trabalho</strong> como para o desenvolvimento dos recursos humanos. Umadada tecnologia não requer uma dada organização do <strong>trabalho</strong> eestrutura de habilidades” (Tecnology..., 1992, p. 153).O estudo comparativo de Gann e Senker (1993) sobre o desenvolvimento eo uso de robôs de construção no Japão e na Inglaterra permite ilustrar o quantopráticas diferenciadas relativas às NTs podem ter implicações próprias em termosde habilidades da força de <strong>trabalho</strong>. Conforme mostra essa pesquisa, aorientação da indústria japonesa tem sido a de mecanizar tarefas simples, deixandoem segundo plano a tentativa de desenvolvimento de robôs de construçãomais complexos. Concomitantemente a essa orientação, a experiência japonesatem enfatizado o uso das habilidades dos trabalhadores operativos comosendo complementar à adoção de robôs mais simples.De forma distinta, na Inglaterra a prática dominante é a de desenvolver eusar robôs tecnologicamente mais complexos (Gann; Senker, 1993, p. 6-7).Isso estaria a indicar tanto a orientação de desenvolver equipamentos para osquais não se requer capacidade de julgamento e controle dos trabalhadoresquanto a ausência de preocupação com o tipo de habilidades requeridas pelaforça de <strong>trabalho</strong> no uso das NTs. Essa conduta também estaria a sugerir o não--reconhecimento da importância das habilidades adquiridas pelos trabalhadorescom base em sua experiência com o uso das NTs, ou seja, a dimensão tácitado conhecimento envolvido.Em alguma medida, essas orientações podem ser derivadas de abordagensmais amplas do processo de automação associadas a cada uma dasexperiências (Gann; Senker, 1993, p. 8-9). No caso japonês, os trabalhadoressão estimulados a desenvolver suas habilidades e, até mesmo, a fazer adaptaçõesnos equipamentos para enfrentar situações imprevistas, o que pode impli-

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