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Novas tecnologias, trabalho e competitividade

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82Nas conclusões desse estudo, Kelley (1989, p. 246) sintetiza da seguinteforma seus resultados:“A análise das práticas da indústria dos EUA aqui apresentadas sugereque não há imperativo tecnológico modelando a divisão do <strong>trabalho</strong>,mas, antes, uma combinação de fatores organizacionais, institucionaise técnicos que atuam como um conjunto de influências restritivas,inibindo (ou promovendo) o grau de centralização ou descentralizaçãodo controle sobre as responsabilidades de programação”.Em estudo posterior, Kelley (1990) tem a oportunidade de retomar e refinara análise das relações entre tecnologia, organização do <strong>trabalho</strong> e desenho dasocupações em plantas usuárias de equipamentos de automação programávelna indústria norte-americana. Valendo-se da mesma base de dados do estudoanterior, são examinadas, à luz da literatura especializada, as possíveisassociações entre aspectos tecnoeconômicos, mercados internos de <strong>trabalho</strong>,relações de <strong>trabalho</strong> e estrutura organizacional.Uma dimensão que enriquece esse estudo é a que contrasta práticas deusuários antigos e recentes das NTs. De acordo com a perspectiva analíticaproposta, os antigos usuários apresentariam barreiras à reorganização do <strong>trabalho</strong>mais associadas à inércia institucional do que a aspectos estritamente técnicos,o mesmo não ocorrendo com usuários recentes, dos quais se esperariaum comportamento mais propenso à mudança (Kelley, 1990, p. 203). De acordocom os resultados do estudo, entre os usuários com menos de cinco anos deadoção da automação programável existe uma maior proporção (2/3), comparativamenteaos usuários experientes (1/2), que transfere a responsabilidade deprogramação para os trabalhadores do chão-de-fábrica, sendo que tal diferençanão se deve ao tamanho e à complexidade organizacional das plantas.Dessa forma, entre os antigos usuários da automação programável, observa-seque, quanto maior a proporção da força de <strong>trabalho</strong> utilizando as NTs,menos provável que a ela sejam transferidas tarefas de programação (Kelley,1990, p. 204). Todavia esse comportamento associado à intensidade de adoçãoda NT não pode ser tomado como indicativo de uma tendência futura da configuraçãoda organização do <strong>trabalho</strong>.Assim, entre os usuários recentes e nas plantas nas quais estão presentessindicatos e conselhos de <strong>trabalho</strong> (labor management problem solvingcommitees), evidencia-se uma elevada probabilidade de que os trabalhadorestenham responsabilidade nas tarefas de programação. Nesse caso, a formacomo se organiza o <strong>trabalho</strong> se fundamenta tanto no caráter recente da adoção

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