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Novas tecnologias, trabalho e competitividade

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117são tratadas nas negociações coletivas é bastante amplo, abarcando, inclusive,pontos que dizem respeito às regras de permanência no emprego e de afastamento(Aoki, 1990a, p. 154).Finalmente, caberia assinalar que essas práticas têm sido reconhecidascomo cooperativas, em contraponto ao caráter conflitivo do taylorismo/fordismo,pois existem compromissos claros (ainda que não necessariamentecontratualizados) entre os trabalhadores e as firmas no que se refere às metasdestas últimas e às contrapartidas econômicas aos primeiros. Um traço adicionaldo sindicalismo japonês que reforça esse caráter cooperativo é que, muitasvezes, para um empregado ascender na hierarquia de uma empresa —principalmente no que se refere a postos de <strong>trabalho</strong> relacionados com a gestãode recursos humanos —, é preciso que ele tenha, antes, ocupado cargos nadireção do sindicato dos trabalhadores (Coriat, 1994, p. 84-87).3.2.2 - As práticas de emprego japonesas e a gestaçãode um novo padrão de eficiência produtivaConforme foi esboçado anteriormente, o Japão desenvolveu, no Pós SegundaGuerra Mundial, práticas de emprego que, em diversos aspectos, seafastam daquelas que estavam presentes no regime de acumulação fordista.Em face do reconhecimento da performance competitiva da economia japonesanas últimas décadas, a hipótese que organiza esta subseção é a de que taispráticas de emprego contribuíram para a constituição de um novo padrão deeficiência produtiva no contexto internacional, no período pós-crise dos anos 70.O primeiro aspecto que se entende relevante destacar diz respeito à relaçãoentre as práticas de emprego japonesas e as normas de concorrência que vãose tornar dominantes a partir dos anos 70. Como já foi enfatizado em outrosmomentos deste capítulo, desde então se observa, nas economias capitalistas,uma maior volatilidade nos mercados associada à instabilidade do comportamentoda demanda, bem como condutas das firmas no sentido de produzirem de formacustomizada e de buscarem maior diferenciação das mercadorias. Em algumamedida, essas características estariam a sugerir que, além das economias deescala, se valorizam também as economias de escopo, a rapidez de resposta àdemanda e, como decorrência, a flexibilidade produtiva.Dessa forma, considera-se que as práticas de emprego desenvolvidas noJapão foram fundamentais na indução da eficiência produtiva nesse novo ambienteeconômico. No que se refere às inovações organizacionais, estas evidenciaminúmeras implicações relevantes ao trazerem consigo uma estruturaçãodiferenciada do processo de <strong>trabalho</strong>. Os aspectos que a esse respeito se

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