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Novas tecnologias, trabalho e competitividade

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64Todavia, na abordagem dos efeitos intersetoriais da difusão das NTs sobreo emprego, é pertinente ressaltar alguns elementos adicionais. Assim, aconstatação de que na maior parte das economias existe uma tendência àredução da participação do Setor Secundário no emprego pode conduzir a umaconclusão discutível, a de que esse setor (e a indústria em particular) teria umaimportância cada vez menos significativa na geração de empregos. Aqui, faz-senecessário chamar atenção para duas dimensões distintas do problema, quaissejam, a da participação da indústria no emprego total e a do volume do empregoindustrial em termos absolutos. Quanto ao primeiro desses aspectos, é inequívocoque, na quase-totalidade das economias, a incorporação do progressotécnico tem conduzido a uma redução da participação da indústria no empregoagregado. Por outro lado, é menos razoável aceitar o argumento de que a difusãodas NTs tenha que, necessariamente, implicar redução do emprego industrialem termos absolutos. A esse respeito, é sugestivo que um dos países maisdinâmicos do ponto de vista do desenvolvimento tecnológico, o Japão, tenhamantido praticamente constante a participação da indústria no emprego no períodocompreendido entre o início dos anos 70 e o início dos 90, em um contextoem que, concomitantemente, houve expansão do emprego agregado naquelaeconomia. 5Um outro aspecto que se considera relevante destacar sobre o papel daindústria como fonte de geração de emprego associa-se à interface da mesmacom o Setor Terciário ou, mais especificamente, com os serviços produtivos(Perez, 1985; Miles, 1993; Castells; Aoyama, 1994; Goodman, 1996). Deve-seconsiderar que, com a difusão das <strong>tecnologias</strong> de informação, cada vez maisexistem nexos entre a indústria e as atividades em serviços, tornando-se tênuea delimitação entre o Setor Secundário e o Setor Terciário. Com isso, as atividadesda indústria evidenciam sua importância como fontes indiretas de geração deemprego, sem as quais a expansão do Terciário seria drasticamente limitada oumesmo inviabilizada.A esse respeito, um elo adicional com a categoria de serviços produtivospode também ser estabelecido por atividades que são intensivas em conhecimentoe informação, em capacitação na área de projetos, o que remete a umadimensão da tecnologia que não está incorporada aos equipamentos e que poderiaser denominada, portanto, de disembodied technology (Vivarelli; Evangelista;5A participação da indústria no emprego total, no Japão, evidencia a seguinte evolução: 1970,35,7%; 1980, 35,3%; e 1992, 34,6% (Mercado..., 1994, p.10). Por sua vez, o volume deemprego agregado da economia japonesa apresenta o seguinte comportamento: 1974, 52,3milhões de empregados; 1984, 57,1 milhões; e 1992, 64,4 milhões (Brodsky, 1994, p. 55).

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