eficazes em tratar o hipertireoidismo na gestação, e que não houve diferença no que concerne aotempo de normalização da função tireoideana ou na taxa de surgimento de anomalias congênitas.Os beta-bloqueadores podem ser usados nas pacientes com hipertireoidismo grave,taquicardias acentuadas (FC>120 bpm) e taquiarritmias, porém aumentam a freqüência de abortosespontâneos.A conduta obstétrica não apresenta maiores preocupações quando a paciente estácompensada. Assume importância fundamental, nestes casos, o pré-natal cuidadoso e com equipemultidisciplinar. A avaliação da vitalidade fetal deve ser feita através da cardiotocografiaanteparto a partir da 28 a -34 a semana. A assistência ao trabalho de parto deve ser comanalgotocia, com fórcipe de alívio para abreviar o 2 o período, evitando a sobrecarga dolorosa epsíquica, diminuindo, assim, a possibilidade de crise tireotóxica. A cesárea deve ser indicada porcondição obstétrica.No puerpério imediato as drogas antitireoideanas devem ser mantidas, por vezes atéaumentadas para readaptação às novas condições. Tanto o metimazol quanto o PTU sãoexcretados no leite materno, porém as quantidades são pequenas e não afetam a função tireoideananeonatal.A tireotoxicose neonatal transitória ocorre em cerca de 1% dos recém-nascidos de mães comdoença de Graves, pela passagem de imunoglobulinas estimuladoras da tireóide. Na maioria dasvezes é leve e autolimitada.A crise tireotóxica é emergência clínica responsável por apreciável morbimortalidadematerna e fetal. Caracteriza-se pelo aumento fulminante dos sinais e sintomas de hipertireoidismoe apresenta incidência em torno de 0,2%. Ocorre em pacientes não diagnosticadas ou rebeldes enegligentes ao tratamento ou quando da suspensão da medicação durante a gestação por iatrogeniamédica. Condições estressantes como o trabalho de parto, infecção, cirurgia e traumatismos emgeral podem precipitá-la. Mesmo com tratamento clínico adequado a taxa de mortalidade maternapode atingir 25%. O tratamento deve ser imediato, à base de PTU (800 a 1000 mg), propranololinjetável, hidratação venosa vigorosa e hipotermia para combater a hiperpirexia.Encontra-se hipertireoidismo bioquímico em mais de 30% das pacientes com neoplasiatrofoblástica, seja por mola hidatiforme benigna ou por coriocarcinoma, no entanto, só cerca de20% apresentam manifestações clínicas. Evidências atuais sugerem que a gonadotrofina coriônicahumana possui atividade tireoestimulante intrínseca, sendo responsável pelo hipertireoidismotrofoblástico.HIPOTIREOIDISMOInfreqüente sua associação com a gestação, quer pela baixa incidência da própria doença108
na fase reprodutiva, quer pelo elevado número de ciclos anovulatórios nestas pacientes. Apatologia surge com mais freqüência devido à destruição do tecido tireoideo, seja pela doençaauto-imune, seja pela terapia com iodo radioativo ou cirurgia.As manifestações clínicas são semelhantes às da não gestante. Pode ou não haver bócio. Osníveis de T4 e T3 total podem estar baixos ou nos níveis normais, mas, quando corrigidos pelaTBG, estão baixos. Os níveis de TSH são altos em todos os casos, exceto nos associados aohipopituitarismo, sendo o melhor parâmetro para avaliação do hipotireoidismo.O tratamento compreende a reposição adequada dos hormônios tireoideanos, utilizando-seexclusivamente a levotiroxina, em dose média de 100 mg. A necessidade da droga aumenta nagestação, como também diante do incremento do peso corpóreo, de infecção e do stress. Os níveisde TSH devem ser checados a cada 3 a 4 semanas até que a reposição apropriada seja atingida.Após o controle novas avaliações devem ser realizadas a cada trimestre.As pacientes hipotireoideas controladas toleram bem o estresse, tal como o trabalho de partoe a cirurgia. Sedativos e analgésicos, quando necessários, devem ser administrados com cauteladevido ao seu baixo metabolismo .No puerpério devemos manter o tratamento de substituição e a lactação deve ser incentivada,pois as quantidades de hormônios transferidas ao recém-nascido correspondem àquelas quenaturalmente passariam em puérpera eutireoidea.NÓDULOS TIREOIDEANOS E CÂNCERA maioria dos bócios identificados durante a gestação são difusos. O desenvolvimento de umnódulo solitário é mais sugestivo de malignidade, embora apenas 10% deles sejam malignos. Ocarcinoma de tireóide, quando associado à gravidez, não tem seu prognóstico alterado, nãoinfluenciando, também, no prognóstico da gestação.Para finalizar é necessário lembrar que o sucesso na condução da gestação em pacientetireoidopata somente será obtido com equipe multidisciplinar bem familiarizada com as alteraçõesfisiológicas e patológicas da glândula no ciclo grávidico-puerperal.109
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