LIMITAÇÃO MEDICAMENTOSA EM OBSTETRÍCIAA história da especialidade tem três vertentes bem definidas. A hemorragia intracraniana,vencida após a maior liberalização da via alta, com o advento da anestesia e antibioticoterapia,após a 2 a Grande Guerra Mundial. A anóxia, devido à patologia médica e/ou obstétrica, foibastante reduzida com os avanços da Medicina e da Fisiologia Obstétrica. Atualmente estamosvivendo a Medicina Fetal. Nesta etapa devem ser destacadas as malformações, que têm sidomotivo de preocupação desde as eras mais remotas. Sabemos hoje que 65% delas sãomultifatoriais ou desconhecidas. Entre as causas conhecidas estão a transmissão genética (20%),anomalias cromossômicas (5%) e fatores ambientais (10%); aqui estão incluídas as irradiações(1%), as patologias maternas (1-2%) e, o maior contigente, drogas e agentes químicos (4-5%). Asdrogas, portanto, representam aproximadamente 50% dos fatores ambientais ou 15% dos fatoresconhecidos.Além disso, é preciso lembrar que, nos países desenvolvidos, 85% das mulheres recebemmedicação durante o pré-natal; destas, 65% praticam automedicação. Assim, por questões deordem prática, vamo-nos ater à farmacodinâmica no concepto. De início, gostaríamos de listar osfármacos conforme a classificação da “Drug and Food Administration (Federal Register,” 44:37434-67, 1980). Nas categorias A e B estão, respectivamente, os medicamentos que nãodemonstram risco para o concepto em qualquer dos trimestres e aqueles que promovem efeitosadversos em animais, porém, não confirmados em estudos controlados no humano, quandoministrados conforme posologia indicada. São eles: acetaminofeno, ácido fólico, ácido nalidíxico,anfotericina B, aspartame, azatidine, bupropion, cafeína, cefalosporinas, ciclizina, ciclopirox,clavulato potássio, clindamicina, clotrimazol, cromolin sódico, dalteparin, desmopressin,dietilpropiona, dipirona, doxazosin, eritromicina, etambutol, fenacetina, fenazopiridina, fenoterol,glicopirrolato, insulina, iodotirina, levotiroxina, lincomicina, liotironina, liotrix, loperamida,maprotilina, meclisina, metoclopramida, nadroparin, nistatina, nitrofurantoína, ondasetron,parnaparin, penicilinas, pindolol, piperazina, polimixina B, prednisolona, prednisona,probenecida, sertaline, somatostatina, sotalol, sucralfato, terbutalina, tinzeparin, tripelenamina,uroquinase, ursodiol, vasopressina.Na categoria X situam-se os medicamentos que estão contra-indicados em mulheresque estão ou possam estar grávidas: aminopterina, ciguatoxin, clomifeno, clortianisena,contraceptivos orais, cumarínicos, danazol, dienestrol, estrógenos conjugados, estrona,etinilestradiol, etrenitrato, fenciclidina, flurazepan, fluvastatina, iodeto glicerol,isotretinoína, leuprolida, lovastatina, mefipistona, menadiona, mestranol, misoprostol,noretindrona, noretinodrel, norgestrel, pravastina20
quazepam, quinina, ribavirin, sinvastatina, temazepam, triazolam. No texto, iremos abordar osmedicamentos da categoria C e D que revelam efeitos adversos, porém, são ministrados, quandoo benefício compensar o risco, para o concepto.ANALGÉSICOS - não-opióides: altas doses de derivados pirazolônicos podem promoverrestrição do crescimento intra-uterino devido aos efeitos mitostático e mitoclásico. Doses elevadasde salicilatos e acetaminofeno podem inibir a síntese de prostaglandinas impedindo agregaçãoplaquetária e promovendo oclusão prematura do ducto arterial anterior e, conseqüentemente,hipertensão pulmonar primária. Opióides: codeína, heroína, levorfanol, meperidina, metadona,morfina, ópio, propoxifeno e tramadol, ministrados próximos ao termo, podem determinar tantodepressão respiratória quanto síndrome de privação no recém-nascido.ANSIOLÍTICOS: Benzodiazepínicos - O alprozolam aumenta incidência de abortamento,hidrocele e ascite. Diazepam, lorazepam e clordiazepóxido promovem lábio leporino, fendapalatina, assimetria facial além das síndrome de privação e síndrome de “floppy” - hipotonia,letargia, diminuição de sucção. Entre os antagonistas dos receptores da hidroxitriptamina(5HT): a buspirona não tem qualquer associação com malformações, tanto em animais quanto nohumano. Os antagonistas dos receptores beta-adrenérgicos reduzem os sintomas de ansiedade,ao passo que os barbitúricos são muito pouco utilizados atualmente. O meprobamato e o hidratode cloral não demonstram efeitos deletérios sobre o concepto.ANTICOAGULANTES: Os efeitos dos derivados cumarínicos, isto é, hemorragia,abortamento, prematuridade e natimortalidade, são discutidos. A Síndrome Fetal do Warfarin:hipoplasia nasal, dismorfoses oculares, cardíacas e esqueléticas - que ocorrem durante o períodoembrionário e posteriormente, atrofia óptica, surdez e espasticidade, são fatos comprovados.Assim, recomenda-se uso de heparina até 12 a semana de gestação, seguindo-se os cumarínicos eretornar ao uso da heparina 30 dias antes do parto.ANTICONVULSIVANTES: as grávidas medicadas com este grupo de fármacostêm 90% de possibilidade de terem recém-nascidos normais; devem, porém, seravisadas sobre os seus efeitos adversos. Fenitoína pode determinar conjunto demalformações maiores: lábio leporino, fenda palatina, cardiopatia, espinha bífida,redução de membros, polidactilia e hipospádia, constituindo a Síndrome Fetal daFenitoína; além disso, coagulopatia e deficiência de folatos. O fenobarbital, metabólicoativo da primidona, possui potencial teratogênico semelhante à fenitoína; além disso,pode determinar síndrome de privação do recém-nascido. A carbamazepina éresponsável por anomalias crânio-faciais, hipoplasia dos dedos e restrição decrescimento intra-uterino. A incidência21
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