ACONSELHAMENTO PRÉ-CONCEPCIONALA gestação é um período de inúmeras modificações fisiológicas para adequar o organismomaterno às exigências de formação e desenvolvimento fetal. A gravidez transcorrerá de formaharmônica se ocorrer num organismo saudável, controlado em suas doenças crônicas e quanto aagentes e/ou fatores agressivos. Assim, o aconselhamento pré-concepcional deve ser baseado naanálise de um amplo grupo de informações prestadas pelos genitores e em medidas queminimizem as intercorrências e complicações.HEREDITARIEDADE: A importância da história familiar está principalmente naconsangüinidade, na incidência de anomalias genéticas e de malformações congênitas. Nestescasos é de grande significado a orientação de um geneticista.IDADE: A gestação em idade inferior a 16 anos ou acima de 35 anos incorre em maiorrisco. As adolescentes têm dificuldades com as adaptações fisiológicas necessárias à gestação,tendo risco de complicações sérias com a alimentação inadequada, excessivo ganho de peso,doença hipertensiva específica da gestação, parto prematuro e desajuste emocional. A gestaçãoacima de 35 anos sofre aumento na incidência de hipertensão arterial crônica, diabetes e anomaliasgenéticas.HISTÓRIA OBSTÉTRICA: Merece atenção a história de complicações obstétricas. Noaborto habitual deve ser verificada a presença de malformação uterina, além da investigaçãogenética dos genitores e do material do aborto. Na ocorrência de malformações prévias do tuboneural recomenda-se o emprego de 4 mg de ácido fólico ao dia nos 2 meses que antecedem àgestação. Na insuficiência ístmo-cervical é recomendada a circlagem do colo uterino por volta da14 a semana. Na história de trabalho de parto prematuro prévio deve-se atentar para o risco dereincidência, recomendando-se a administração de betametasona ou dexametasona 12 mg a cada24 horas durante 48 horas, devendo repetir 12 mg/24 horas a cada semana, durante o período da26 a a 34 a semana, no intuito de melhorar a condição pulmonar, evitar a ocorrência de microhemorragiacerebral e de enterocolite necrotizante do récem-nascido, caso venha a ocorrer novoparto prematuro. Gestante com história de doença hipertensiva específica da gestação e dediabetes gestacional deve ser orientada quanto ao risco de parto prematuro e de perda fetal, anecessidade de uma alimentação adequada, não engravidar com peso corporal elevado, controle doganho de peso gestacional, realizar atividade física regular, pré-natal rigoroso com atenção paraníveis pressóricos semanais após a 20 a semana de gestação, glicemia de jejum e pós-prandialmensal e com teste de tolerância à glicose entre 24 e 28 semanas de gestação. Na história dedoença hemolítica perinatal é necessário acompanhamento intensivo e criterioso. A grandemultípara tem maior risco de parto prematuro, descolamento prematuro da placenta e roturauterina. Em capítulo à parte serão abordados, entre outros temas: doença hemolítica perinatal,hipertensão arterial, diabetes e prematuridade.8
OCUPAÇÃO: O ambiente de trabalho dos genitores é importante quanto ao contato comprodutos tóxicos como arsênico, chumbo, óxido de carbono, manuseio de agrotóxicos e irradiaçãoradiológica que podem repercutir com degeneração do trofoblasto, aborto, restrição decrescimento, malformação óssea, microcefalia, deficiência mental, microftalmia, catarata, lesõesde pele, óbito fetal.DROGAS LÍCITAS OU ILÍCITAS: O uso de muitas drogas lícitas (medicamentos) écontra-indicado durante a gestação pelo risco de malformação fetal, lesão auditiva, renal, hepáticae neurológica, além da farmacodependência do recém-nascido. Entre estas drogas destacam-se:alguns antibióticos, quimioterápicos, sedativos, antidepressivos, antifúngicos, antiinflamatórios,barbitúricos, anticoagulantes orais, hipoglicemiantes orais, ácido retinóico, toxina botulínica. Étambém de muita importância a dependência química de drogas lícitas como álcool e tabaco.Drogas ilícitas como maconha, cocaína, crack, morfina e LSD estão associadas com maiorincidência de doenças de transmissão sexual (principalmente AIDS e hepatite) pelo pouco cuidadopessoal, promiscuidade e uso de drogas injetáveis. Freqüentemente estas gestações sãoacompanhadas de malformação fetal, abortamento, doenças infecto-contagiosas, desnutriçãomaterna e fetal, baixo peso ao nascer, restrição do crescimento intra-uterino, parto prematuro esíndrome de abstinência do recém-nascido.DOENÇAS SISTÊMICAS CRÔNICAS: A existência de cardiopatia, vasculopatia,pneumopatia, insuficiência renal, hepatopatia, doenças endócrino-metabólicas, coagulopatia,doenças auto-imunes (como lúpus eritematoso sistêmico e artrite reumatóide, síndrome doanticorpo antifosfilípide, esclerose sistêmica, dermatomiosite) exige, por parte do obstetra aorientação de que é indevida a gestação na doença grave. Há exigência de um bom controle prégestacionale grande possibilidade de ocorrer aborto, parto prematuro espontâneo ou indicado,restrição do crescimento intra-uterino, lesão fetal por medicamentos maternos de uso crônico,óbito fetal e materno. Por outro lado, é de extrema importância o ponto de vista do especialista,que acompanha a paciente em sua doença de base, quanto ao peso de uma gestação sobre ascondições clínicas maternas, além de acompanhar a gestante com consultas em curtos intervalosdurante toda a gestação; num diálogo constante com o obstetra.PREVENÇÃO DE DOENÇAS INFECTO-CONTAGIOSAS: A futura gestante deve serinvestigada quanto à presença de doenças infecto-contagiosas de graves repercussões para o feto.Entre elas, destacam-se rubéola, toxoplasmose, AIDS e hepatite B. Deve ser feita pesquisa de IgMe IgG para rubéola e toxoplasmose. O resultado ideal para a futura gestante é IgG positivo comIgM negativo; que traduz contato anterior sem doença em atividade. Se na pesquisa detoxoplasmose IgG e IgM estão negativos a futura gestante deve ser orientada para evitar contatocom o toxoplasma presente principalmente em secreções e dejetos de animais domésticos ecarnes cruas ou mal cozidas. Quando a pesquisa de rubéola mostra IgG e IgMnegativos está indicada9
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