ROTURA PREMATURA DAS MEMBRANAS OVULARESA rotura prematura das membranas ovulares (RPMO) é caracterizada pela rotura espontâneadas membranas ovulares antes do início do trabalho de parto, em qualquer idade gestacional. Otempo decorrente entre a rotura das membranas e o início do trabalho de parto rotulamos comoperíodo de latência. Apresenta incidência entre 3% e 18,5%, com média de 10% e recorrência de21%. Aproximadamente 25% dos casos ocorrem antes do termo e acabam respondendo por cercade 30% de todos os recém-nascidos prematuros.Está associada a um número considerável de complicações, que variam significantementecom a idade gestacional em que o quadro se instalou e a duração do período de latência. Háincremento de infecções maternas e perinatais, prematuridade, partos operatórios, deformações eamputações fetais e hipóxia.É provável que fatores patológicos intrínsecos ou fatores extrínsecos à gestação sejamresponsáveis pela rotura das membranas, principalmente no período pré-termo quando aresistência das membranas está aumentada. Evidências indicam que a infecção das membranas,por germes ascendentes do meio vaginal, pode ser a responsável por um número substancial deroturas corioamnióticas.Pacientes com cervicodilatação precoce, a exemplo da multiparidade, da gemelaridade, dopolidrâmnio, da macrossomia e da insuficiência istmo-cervical, têm maior freqüência de roturaprematura de membranas. As membranas ovulares, assim expostas, apresentariam maiorprobabilidade de comprometimento pela agressão direta de germes vaginais ou pela ação indiretadas enzimas por eles produzidos, especialmente em pacientes sócio-economicamentedesfavorecidas, sem adequado acompanhamento pré-natal e sem tratamento sistemático dasinfecções vaginais. O pré-natal inadequado, independente de outros fatores, está associado aaumento do risco de RPMO, principalmente no período pré-termo. As infecções do trato urinário,o tabagismo materno e o sangramento transvaginal no decorrer da gestação atual estão, também,relacionados a incremento de sua incidência.Devemos lembrar, ainda, a maior probabilidade da ocorrência do quadro após procedimentosinvasivos (amniocentese, cordocentese, transfusão intra-uterina) e após a circlagem do colo doútero.O diagnóstico é fundamentalmente clínico. Na anamnese o obstetra deverá inquirir sobre omomento da rotura, atividade exercida, quantidade e continuidade da perda de líquido, cor e odordo fluido. Em 90% dos casos de história de perda repentina de líquido, inicialmente em grandevolume e posteriormente em menor quantidade, mas continuamente, a suspeita clínica éconfirmada. No diagnóstico diferencial deve-se distinguí-la da perda urinária involuntária e doconteúdo vaginal excessivo.86
A inspeção da genitália externa permitirá, na maioria das vezes, a confirmação da existênciada amniorrexe pela eliminação do líquido amniótico, espontaneamente ou após esforço com aprensa abdominal, através da fenda vulvar. O exame especular, realizado sob assepsia, evidenciaráo fluido coletado no fórnice vaginal posterior ou sendo eliminado através do orifício externo docolo uterino. Neste momento, excluiremos a possibilidade de prolapso do cordão umbilical. Noscasos duvidosos, manobras que visem aumentar a pressão intra-uterina ou que logrem mobilizaçãoda apresentação fetal poderão ser efetuadas para permitir o escoamento do líquido amniótico pelocanal cervical. Sendo o diagnóstico confirmado deveremos caracterizar o líquido quanto ao cheiro,cor e presença de grumos. Na ausência do trabalho de parto ou se imediata indução da parturiçãonão estiver sendo planejada, o toque vaginal não deverá ser efetuado. Há evidências quedemonstram estar o risco infeccioso relacionado ao tempo decorrido entre o primeiro toquevaginal e o parto.Durante a realização do exame especular deve-se colher material para complementaçãopropedêutica. Culturas cervicais e vaginais para gonococos, estreptococos do grupo B e clamídia,quando disponíveis, deverão ser realizadas. Em gestações pré-termo, uma amostra do líquidocoletado em fórnice vaginal posterior poderá ser aspirada para pesquisa da maturidade pulmonarfetal, especialmente a pesquisa do fosfatidilglicerol.Dentre os testes laboratoriais utilizados para confirmação da rotura das membranas merecemdestaque: a) a determinação do pH vaginal, que se encontra alcalinizado quando da presença dolíquido amniótico. Utilizamos, para esse fim, o teste do fenol vermelho, empregando afenolsuftaleina a 0,1%, b) o teste da cristalização em folha de samambaia do conteúdoendocervical, indicando a presença de cristalóides provenientes do líquido amniótico, c) apesquisa de células fetais no conteúdo do meio vaginal ou endocervical. A pesquisa histoquímicade gorduras pode ser realizada pelo Sudan e a presença das células orangiofilicas, provenientes dadescamação fetal, é detectável com o sulfato de azul de Nilo a 0,1%.Embora a ultra-sonografia não permita firmar o diagnóstico, pode ser muito sugestiva aoevidenciar, após exames normais e clínica de RPMO, a presença da oligoidramnia.Firmado o diagnóstico a paciente será internada e a conduta posterior dependerá de váriosfatores, sendo os mais importantes: idade gestacional em que ocorreu a intercorrência, adequadavitalidade fetal, ausência de infecção materna e/ou fetal e estabelecimento do trabalho de parto.A conduta será conservadora ou ativa, sendo esta imediata ou mediata. A conduta ativa, comresolução imediata da prenhez, será adotada nas gestações com menos de 24 semanas ou naquelascom mais de 37 semanas.87
- Page 1:
Assistência Pré-NatalManual de Or
- Page 6 and 7:
ORGANIZAÇÃO DO ATENDIMENTO PRÉ-N
- Page 8 and 9:
ACONSELHAMENTO PRÉ-CONCEPCIONALA g
- Page 10 and 11:
dose única da vacina MMR 0,5 ml po
- Page 12 and 13:
mais importante para o crescimento
- Page 14 and 15:
estrutura óssea da pélvis materna
- Page 16 and 17:
de globulina. A relação albumina/
- Page 18 and 19:
alterados durante a gravidez. Enten
- Page 20 and 21:
LIMITAÇÃO MEDICAMENTOSA EM OBSTET
- Page 23 and 24:
Metildopa, indicado para tratamento
- Page 25 and 26:
ASSISTÊNCIA BÁSICA PRÉ-NATALA fr
- Page 27 and 28:
importância para as avaliações s
- Page 29 and 30:
causas de desnutrição. Se o ponto
- Page 31 and 32:
NUTRIÇÃO NA GRAVIDEZ NORMAL E EM
- Page 33 and 34:
VITAMINAS LIPOSSOLÚVEISVITAMINA A
- Page 35 and 36: peixe e sal iodado. A necessidade d
- Page 37 and 38: TRATAMENTO DAS INTERCORRÊNCIAS GRA
- Page 39 and 40: ULTRA-SONOGRAFIA OBSTÉTRICAA ultra
- Page 41 and 42: distingüindo-se o polo cefálico e
- Page 43 and 44: Diagnóstico de anomalias estrutura
- Page 45 and 46: geral, anomalias cromossômicas ou
- Page 47 and 48: AVALIAÇÃO DA VITALIDADE FETAL NA
- Page 49 and 50: MONITORIZAÇÃO CLÍNICA DA FREQÜ
- Page 51 and 52: AVALIAÇÃO DA MATURIDADE FETALNão
- Page 53 and 54: Vantagens: O teste é simples, ráp
- Page 55 and 56: Citologia com o lugol forteFundamen
- Page 57 and 58: GESTAÇÃO MÚLTIPLAO útero matern
- Page 59 and 60: DOENÇA HEMOLÍTICA PERINATALA doen
- Page 61 and 62: titulação ≥ 1:8 ou a história
- Page 63 and 64: 1) Amniocentese - Deve ser realizad
- Page 65 and 66: Na impossibilidade da imunoglobulin
- Page 67 and 68: (período hiperplásico), levando
- Page 69 and 70: dois grandes grupos: CIUR sem oligo
- Page 71 and 72: HIPERTENSÃO ARTERIALA hipertensão
- Page 73 and 74: Quadros clínicos sugestivos da DHE
- Page 75 and 76: • resposta insatisfatória ao uso
- Page 77 and 78: • síndrome HELLP presenteb) Indi
- Page 79 and 80: 2. HIPERTENSÃO CRÔNICAÉ a hipert
- Page 81 and 82: OLIGOIDRÂMNIOA oligoidramnia, cara
- Page 83 and 84: POLIDRÂMNIOA polidramnia tem sido
- Page 85: sintomas discretos podem, usualment
- Page 89 and 90: espiratórios, indicador sensível
- Page 91 and 92: ABORTO RETIDOCaracteriza-se pela in
- Page 93 and 94: HEMORRAGIA DA SEGUNDA METADE DA GRA
- Page 95 and 96: ) Idade: a placenta prévia é mais
- Page 97 and 98: DIABETES MELLITUSO diabetes mellitu
- Page 99 and 100: da gestação.6) A hemoglobina glic
- Page 101 and 102: INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIOA infe
- Page 103 and 104: Desaparece algumas semanas após o
- Page 105 and 106: da cardiopatia. O grau funcional I
- Page 107 and 108: PATOLOGIAS DA TIREÓIDEDentre as do
- Page 109 and 110: na fase reprodutiva, quer pelo elev
- Page 111 and 112: prematura das membranas, polidramni
- Page 113 and 114: que suas contrações são mais fre
- Page 115 and 116: O único inconveniente no uso do su
- Page 117 and 118: DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEI
- Page 119 and 120: fígado (cirrose hipertrófica), ba
- Page 121 and 122: infecção gonocócica disseminada.
- Page 123 and 124: O tratamento pode ser feito com:1.
- Page 125 and 126: O tratamento é feito com medidas d
- Page 127 and 128: ACOMPANHAMENTO DA GRÁVIDA HIV +Des
- Page 129 and 130: colpocitológico e colposcópico.A
- Page 131 and 132: MEDIDAS PRÉ-NATAIS DE INCENTIVO AO
- Page 133 and 134: usando-se dois dedos, forçando des
- Page 135: 135