Associa-se, ainda, a incremento da morbidade materna pela ocorrência simultânea de maiornúmero de apresentações anômalas, descolamento prematuro da placenta, rotura prematura dasmembranas ovulares, distocia funcional e hemorragia pós-parto. Em pacientes portadoras decicatrizes uterinas, o risco de rotura do útero estará acrescido. Existe, também, elevação donúmero de gestações resolvidas pela via abdominal.O diagnóstico clínico será suspeitado sempre que a altura uterina for superior àquela esperadapara a idade gestacional estimada, especialmente quando a paciente referir diminuição damovimentação fetal, houver impossibilidade de palpar partes fetais e dificuldade para realizar aausculta do concepto. O tônus uterino poderá estar aumentado e, nos casos agudos, a pacientepoderá referir dor intensa. No exame clínico materno é freqüente encontrar-se edema de membrosinferiores e da parede do abdome, além da presença de estrias abdominais. Em casos graves épossível que ocorra desconforto respiratório e dispnéia, devidos à elevação e compressão dodiafragma, e oligúria, decorrente da compressão ureteral pelo útero gravídico. No diagnósticodiferencial devemos afastar a gemelaridade e a macrossomia fetal.O diagnóstico ultra-sonográfico será feito quando houver, subjetivamente, excessivaquantidade de líquido amniótico, especialmente na área das pequenas partes fetais, quando o maiorbolsão de líquido, mensurado verticalmente, for igual ou superior a 8,0 cm ou quando o índice delíquido amniótico for superior a 24,0 cm. Entre 18,0 e 24,0 cm o líquido será consideradoaumentado e servirá de alerta para a instalação da polidramnia.Firmando-se o diagnóstico torna-se necessário investigar o fator etiológico envolvido. Oexame ecográfico afastará a gemelaridade, as anomalias congênitas maiores e a hidropisia fetal.Testes para diagnosticar o diabetes melito, a isoimunização pelo fator Rh e as infecções congênitassão obrigatórios. Ecocardiografia fetal é, também, exame essencial e a análise do cariótipo doconcepto poderá ser eventualmente considerada, mesmo na ausência de anomalias estruturais.O tratamento, idealmente, será direcionado para o fator responsável pela alteração. Emvirtude do grande número de casos rotulados como idiopáticos, a terapêutica específica somente épossível em poucas pacientes, principalmente as diabéticas, cujo rigoroso controle da glicemiatende a normalizar o volume de líquido amniótico, e a isoimunização pelo fator Rh, em que acorreção da anemia fetal, através da transfusão intravascular, torna viável mais de 80% dosconceptos acometidos.Quando a terapia específica não for possível, far-se-á o tratamento através demedidas que reduzam o volume âmnico, visando a melhoria das condições da gestante ea redução da contratilidade uterina, com conseqüente diminuição da incidência departo prematuro. A polidramnia de grau leve, e mesmo a de intensidade moderada, com84
sintomas discretos podem, usualmente, ser acompanhadas sem tratamento sintomático. Napolidramnia grave pela presença de dispnéia, dor abdominal intensa ou dificuldade acentuada dedeambular, o internamento da paciente se tornará necessário. Embora o repouso e a sedaçãopossam ser utilizados paliativamente, é a remoção do excesso de fluido âmnico, especialmenteatravés da amniocentese, a melhor conduta a ser adotada.A redução do volume amniótico deverá ser realizada, clinicamente, até que a altura uterinaesteja adequada à idade gestacional ou, ecograficamente, até obtenção de índice de líquidoamniótico compatível com a normalidade. Habitualmente a remoção lenta de 1.500 a 2.000 ml delíquido permitirá que este(s) objetivo(s) seja(m) atingido(s) e fará com que a paciente apresentesensível melhora da sintomatologia. A descompressão aguda poderá levar ao descolamentoprematuro da placenta. O procedimento poderá ser repetido para manter a grávida assintomática.Como terapia alternativa tem-se utilizado a indometacina, um inibidor da síntese deprostaglandinas. O mecanismo de ação mais provável seria, prioritariamente, a redução do débitourinário do concepto associada, secundariamente, à remoção do líquido amniótico pela deglutiçãofetal e aumento de sua absorção através das membranas coriônicas. A indicação deve ficar restritaaos casos idiopáticos, com menos de 32 semanas de evolução. A dose utilizada é de 25 mg a cada6 horas. A principal complicação é o risco do fechamento precoce do ducto arterioso,especialmente após a 32 a semana de gravidez, tornando obrigatória a utilização da ecocardiografiafetal quando de seu uso. O risco de constricção é de cerca de 5% nas gestações entre 26 e 27semanas, aumentando para próximo de 50% na 32 a semana. Existem, também, outrascomplicações fetais: insuficiência renal, oligoidramnia, perfuração ileal e enterite necrotizante.Torna-se claro que os riscos e os benefícios advindos de sua utilização têm que ser rigorosamenteavaliados antes do início da terapia.Na parturição, o polidrâmnio deverá ser esvaziado, por via abdominal, independente dadilatação do colo uterino. Se essa conduta não for adotada, o extravasamento do líquido, pelo meiovaginal, se fará de forma muito rápida e de maneira incontrolável, com grande risco dedescolamento prematuro da placenta e de prolapso do cordão umbilical. No pós-parto, atençãoespecial deverá ser dispensada à hemorragia decorrente da atonia uterina. Se necessário,uterotônicos poderão ser utilizados.85
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