estrutura óssea da pélvis materna e a dilatação é muito mais intensa no ureter direito do que noesquerdo, porque, entre outras razões que serão discutidas neste capitulo, a compressão do ureteresquerdo é amortecida pelo sigmóide. A dilatação de todo o sistema coletor causa uma grandeestase urinária e o volume residual pode chegar a 200 ml.FUNÇÃO RENAL - O aumento dos hormônios maternos, juntamente com os placentários,destacando: hormônio adrenocorticotrófico, hormônio antidiurético, aldosterona, cortisol,hormônio gonadotrófico coriônico, paralelamente ao aumento do fluxo plasmático, modificam afunção renal. Observa-se uma queda da resistência vascular ao nível dos rins semelhantemente aoque ocorre com a circulação periférica. A filtração glomerular aumenta cerca de 50% e começanas primeiras semanas da gravidez permanecendo elevada até o seu fim, voltando aos níveis prégestacionaispor volta da 20 a semana pós-parto. Com o aumento do fluxo plasmático glomerularaumenta também o “clearance” de creatinina, que chega a ser 50% superior ao da mulher nãográvidapróximo da 32 a semana, e, a partir dai, vai diminuindo até o termo, atingindo níveissemelhantes aos pré-gestacionais no final da gestação. A concentração plasmática de creatinina éde 0,5 ± 0,2 mg/dL e a de uréia é de 18 ± 1,5 mg/dL.Ocorre, cedo na gravidez, aumento na excreção de glicose, variando ao longo das 24 horas dodia ou periodicamente no dia a dia. Esta intermitência está relacionada com os níveis de açúcar nosangue e também com o estágio da gravidez.Aminoácidos e vitaminas hidrossolúveis são encontrados em quantidades muito maiores naurina da mulher grávida do que da não-grávida. Não ocorre aumento da proteinúria na gravideznormal, a taxa na mulher não-grávida situa-se entre 100 e 300 mg/24 hs que é a mesma dagestante. A gravidez induz uma redução relativa de ácido úrico, refletindo uma mudança nafunção renal com queda na reabsorção tubular de ácido úrico. O limite superior de ácido úrico éde 5 mg/dL.BEXIGA - O crescimento uterino leva à compressão da bexiga deslocando-a para cima eachatando-a. A pressão que o útero exerce sobre a bexiga aumenta a freqüência das micções.Ocorre uma intensificação no aporte sangüíneo para este órgão e uma queda acentuada no tonos,aumentando sua capacidade que pode chegar até 1.500 ml. Aumenta também o resíduo urinário nabexiga (na mulher não-grávida é cerca de 15 ml e na grávida é de aproximadamente 60 ml). Paracompensar a deformação da bexiga (redução de sua capacidade), ocorre um aumento no tamanhoda uretra e, com a finalidade de preservar a contenção urinária, um incremento na pressão máximaintra-uretral. Estas alterações podem persistir por até 3 meses após o parto.4 - ALTERAÇÕES DO APARELHO DIGESTIVOCAVIDADE ORAL - É freqüente ocorrer, durante a gravidez, aumento da salivação14
que se deve à dificuldade em deglutir, associado a náuseas. Se o pH da cavidade oral diminuirobserva-se uma tendência ao surgimento da cárie dentária. No entanto, a cárie, durante a gravidez,não se deve à carência de cálcio nos dentes, e sim à dificuldade de higienização. A calcificaçãodos dentes se mantém estável na gravidez. As gengivas podem tornar-se hipertróficas,hiperemiadas e friáveis, sangrando com facilidade. Isto se deve à ação do estrógeno sistêmico.Náuseas e vômitos são comuns no início da gravidez. Estes sintomas são discretos e a paciente nãodesenvolve distúrbios hidroeletrolíticos. Não se observam lesões gastrointestinais conseqüentes àgravidez normal.ESTÔMAGO E ESÔFAGO - É comum ocorrer hipocloridria na gravidez. A produçãogástrica de ácido clorídrico é variável e pode, excepcionalmente, encontrar-se até aumentada. Aprodução do hormônio gastrina, que pode ser também sintetizado pela placenta, aumentasignificativamente, promovendo queda do pH e aumento do volume gástrico. Em geral, aprodução de muco torna-se aumentada. O peristaltismo do esôfago diminui. A duração do trânsitogastrointestinal torna-se aumentada no segundo e terceiro trimestres da gravidez quandocomparada com o primeiro ou o período pós-parto e é atribuída à ação dos hormônios,especialmente a progesterona. Ocorre retardo no tempo de esvaziamento gástrico e relaxamento docárdia. Estas alterações são responsáveis pelo afluxo gastroesofágico das secreções estomacais,simulando hérnia de hiato. Pirose, regurgitação ou ambas, ocorrem na metade das gestantes noúltimo trimestre da gravidez, resolvendo espontaneamente após o parto.INTESTINO DELGADO, GROSSO E APÊNDICE - Vários segmentos do intestinodelgado e grosso são deslocados para cima e lateralmente. O apêndice passa a ocupar o flancodireito devido à compressão do útero que se avoluma e passa a ocupar o lado direito da cavidadeabdominal materna. Estes órgãos retornam às suas posições normais no puerpério imediato. Amotilidade do tubo gastrointestinal encontra-se reduzida e o tono diminuído.VESÍCULA BILIAR - A função da vesícula encontra-se alterada na gravidez devido àhipotonia da musculatura lisa de sua parede. O esvaziamento biliar é lento e incompleto mantendosempre um considerável volume residual. A estase, a constituição da bile, que se torna maisespessa, e o aumento da saturação do colesterol favorecem o surgimento de cálculos relacionadoscom a gravidez.FÍGADO - Aparentemente não surgem alterações morfológicas no fígado durante agravidez, mas ocorrem alterações funcionais. A fosfatase alcalina pode tornar-se duas vezessuperior, provavelmente devido aos isoenzimas da fosfatase alcalina placentária. Ocorre,também, diminuição das taxas de albumina e, mais discretamente, também15
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