Entre a 34 a e a 37 a semana será instituída a terapêutica ativa mediata, quando aguardamos 24horas, após o momento da rotura, para resolvermos a gravidez. Visamos, com isso, sem aumentarem demasia os riscos infecciosos, diminuir a incidência e gravidade da síndrome da membranahialina, pelo aumento dos níveis séricos do cortisol fetal, o que enseja a liberação do surfactantepulmonar.Entre 24 e 34 semanas a conduta conservadora será adotada, em virtude da elevada incidênciada doença da membrana hialina e da hemorragia intraventricular, diretamente relacionadas àprematuridade e principais causas da morte neonatal. Nesta fase expectante, a presença dainfecção materna e/ou fetal, do sofrimento fetal ou a instalação do trabalho de parto determinarãoque a resolução da gravidez seja efetivada.O estabelecimento, com certeza, da idade gestacional é essencial e todo esforço deverá serfeito para que este dado possa ser obtido com segurança. A data da última menstruação, asavaliações obstétricas no pré-natal e os exames ultra-sonográficos prévios, especialmente osrealizados em época precoce da prenhez, deverão ser cuidadosamente pesquisados. É ideal,também, realizar avaliação ecográfica no internamento. Cuidadosa biometria e estimativa dovolume de líquido amniótico, através do índice de líquido amniótico, deverão ser efetuadas.Durante a conduta conservadora enfatiza-se a necessidade do repouso. Observação diária dascaracterísticas do líquido, especialmente quanto ao aspecto, odor e cor, deverá ser efetuada. Opulso e a temperatura materna serão mensurados 4 vezes por dia. Também será obrigatório vigiarsea presença do aumento da sensibilidade uterina. A ocorrência da temperatura materna maior ouigual a 38 o C, na ausência de outras causas que justifiquem a febre, permitirão firmar o diagnósticoda corioamnionite.Laboratorialmente temos preconizado a realização de leucogramas, proteina-C-reativa evelocidade de hemossedimentação a cada 2/3 dias. Vale ressaltar, entretanto, que estes exames sãorelativamente pouco específicos, estão elevados nas pacientes em início de trabalho de parto esomente deverão ser valorizados se associados a outros parâmetros clínicos.Em casos suspeitos de infecção, onde o diagnóstico não possa ser clinicamente confirmado, acolheita de líquido por amniocentese, para realização de Gram e cultura, poderá ser de valor e éexitosa na maioria das pacientes.Na vigilância do bem-estar fetal preconizamos a realização diária dacardiotocografia anteparto, complementada pelo perfil biofísico fetal e adopplerfluxometria. As alterações cardiotocográficas podem, também, estar relacionadasa maior risco de infecção neonatal. A ausência de acelerações e a presença de taquicardiapodem sugerir a presença da septicemia neonatal. Nos casos com cardiotocografia suspeita temosutilizado o perfil biofísico fetal, valorizando, de maneira especial, a presença dos movimentos88
espiratórios, indicador sensível da ausência de infecção e do bem-estar do concepto.A acentuada diminuição do volume de líquido amniótico, comum na rotura prematura dasmembranas, pode estar relacionada com a presença de infecção neonatal em gestações pré-termo.Há maior risco de corioamnionite anteparto e de endometrite pós-parto em pacientes com graveredução do volume âmnico.Durante a adoção da conduta conservadora havendo suspeita de início de trabalho de parto otoque vaginal não deverá ser intempestivamente realizado. É freqüente que pacientes com roturaprematura das membranas apresentem contrações que cessam espontaneamente. A avaliaçãoinicial deverá ser efetuada através do exame especular. Tocometria externa evidenciará afreqüência das contrações uterinas. Somente após franco estabelecimento do trabalho de parto oobstetra estará liberado a realizar avaliação digital do colo uterino. O uso de uterolíticos parainibição da parturição é polêmica, entretanto, em casos selecionados, podemos utilizá-losenquanto se faz a corticoterapia materna.Somos partidários do uso de corticóides, utilizando-os entre a 24 a e a 34 a semanagestacional. A utilização de antibióticos (outro aspecto polêmico) só é realizada durante otrabalho de parto e puerpério ou quando há sinais evidentes, em qualquer fase da gestação, deinfecção.O parto da paciente com rotura prematura das membranas será sempre individualizado. Nasgestações com menos de 24 semanas cuidadosa indução da parturição estará indicada.Nas grávidas com mais de 37 semanas, em que o trabalho de parto ainda não estejaestabelecido, optamos pela avaliação do colo uterino para verificarmos da possibilidade daindução da parturição. O mesmo é válido para as pacientes com mais de 34 semanas nas quais operíodo de 24 horas, previamente citado, tenha sido cumprido. Independente da condição do colouterino preferimos, nas apresentações pélvicas e nas grávidas com cicatrizes uterinas prévias, a viaalta.O prognóstico materno, na atualidade, é favorável, embora se registre ainda considerávelincremento da infecção puerperal. O resultado perinatal, no entanto, continua sendo preocupante,em virtude dos elevados índices de prematuridade e de infecção perinatal.89
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