de fetos. Na avaliação ecográfica será importante diferenciar o tipo de gestação, ou seja:monozigótica ou dizigótica (vide capítulo de ultra-sonografia na gestação). Vale lembrar que nasgestações monozigóticas, na dependência da época de clivagem do ovo, teremos: gestaçãodicoriônica e diamniótica se a clivagem ocorrer até 4 dias após a fecundação, entre 4 e 8 dias agravidez será monocoriônica e diamniótica, entre 9 e 12 dias monocoriônica e monoamniótica eapós 12 dias ocorrerá a gemelidade imperfeita.A conduta pré-natal baseia-se no diagnóstico precoce e no acompanhamento em ambulatóriosde gravidez de risco elevado e com maternidade e berçário preparados para atender recémnascidosprematuros (centros terciários). Na ausência de complicações as consultas podem sermensais até a 24 a semana, quinzenais até a 34 a semana e, a seguir, semanais até o parto.Restrição da atividade física e repouso domiciliar devem ser recomendados a todas asgestantes a partir da 28 a semana, mesmo na ausência de complicações. Não há indicação para ouso rotineiro de uterolíticos. A circlagem cervical profilática ainda é muito controversa, devendoser restrita aos casos de incompetência cervical. Recomenda-se o uso de corticóides paraaceleração da maturidade pulmonar fetal (vide capítulo de prevenção e tratamento do trabalho departo prematuro).Faz-se necessária suplementação com ferro e ácido fólico para evitarmos a anemia. Agestante deve ser orientada com relação a uma dieta balanceada hiperprotéica, hipolipídica ehipoglicídica e rica em vitaminas e sais minerais. O ganho ponderal excessivo deve ser combatidopara não ocorrer dificuldades no terceiro trimestre. Estima-se que o ganho ponderal médio devaser de 12 a 14 quilogramas, traduzindo-se em acréscimo de 300 calorias/dia.Está indicado repouso doméstico relativo para favorecer melhor perfusão uterina e diminuir aatuação da força física que age sobre o colo uterino.A avaliação do crescimento fetal deve ser realizada com a ultra-sonografia. As gestantesgemelares são submetidas a exames ultra-sonográficos mensais até a 32 a e quinzenais após. Asgestantes com mais de dois fetos são submetidas ao exame a cada 15 dias.O estudo da vitalidade fetal está indicado de rotina a partir da 28 a semana através dacardiotocografia e do perfil biofísico fetal. A dopplerfluxometria será realizada nas gestaçõescomplicadas por hipertensão, por restrição do crescimento intra-uterino e na suspeita de transfusãofeto-fetal.A indicação do tipo de parto depende do número de fetos, da idade gestacional, dasapresentações fetais e da presença de complicações maternas e/ou fetais, sendo, portanto,necessário individualizar a conduta caso a caso.58
DOENÇA HEMOLÍTICA PERINATALA doença hemolítica perinatal (DHP) caracteriza-se pela hemólise fetal com suas múltiplasgraves repercussões sobre a vitalidade do feto. Ë decorrente da incompatibilidade sangüíneamaterno-fetal, em que anticorpos maternos contra antígenos eritrocitários fetais atravessam aplacenta e, ao ocorrer a reação antígeno/anticorpo, promovem hemólise eritrocitária, que, emmaior ou menor grau, representa o principal determinante das diversas manifestações clínicas dadoença.Também conhecida como isoimunização (produção de anticorpos em resposta a antígenosprovenientes de um ser da mesma espécie), tem como pré-requisito a transfusão de sangue comfator Rh (antígeno D) positivo para a mulher com fator Rh (D) e fator Du negativos.A DHP pode, então, ocorrer pelos seguintes mecanismos:1- Transfusão sangüínea incompatível - Quando a mãe recebeu previamente transfusão desangue Rh positivo, situação rara atualmente.2- Hemorragia materno-fetal - Ocorrendo entre mãe Rh negativa e feto Rh positivo. Apesar deser mais freqüente no parto, pode ocorrer nas seguintes situações: aborto espontâneo ou induzido,neoplasia trofoblástica gestacional, hemorragias da segunda metade da gestação, morte fetal,gestação ectópica, trauma abdominal, procedimentos invasivos (biópsia de vilo corial,amniocentese, cordocentese).3- Teoria da avó - Sensibilização de crianças Rh negativas do sexo feminino, filhas de mães Rhpositivas, ocorrendo logo após o parto.Sua incidência, situada em 1 e 10 % das gestações, tende a aumentar, diante da rotineira faltade imunoglobulina anti-D nos serviços públicos de saúde dispersos pelo país.A pessoa que não possui o antígeno Rh na superfície de suas hemácias é chamada de Rhnegativa. Ao entrar em contato com hemácias que apresentam o fator Rh esta pessoa passa aproduzir anticorpos anti-Rh (D) com o objetivo de destruir tais hemácias. Em princípio, as célulasdo sangue materno e fetal não se misturam mas, de fato, pequenos sangramentos podem ocorrerdurante a gestação e permitir este contato. É necessário ressaltar que a pessoa com fator Rhnegativo, mas que apresenta o fator Du positivo, é considerada, na abordagem da DHP, comoportadora do fator Rh positivo, visto que os fatores Rh e Du têm comportamento imunológicosemelhante.Assim, quando uma gestante Rh e Du negativa porta um feto Rh positivo tem achance de desenvolver anticorpos anti-Rh (D) contra as hemácias fetais. De início, osanticorpos produzidos são IgM, que não atravessam a placenta. Em seguida, háprodução de anticorpos IgG, moléculas pequenas que atravessam a placenta e produzema ruptura das hemácias fetais gerando um quadro progressivo de anemia. O feto inicia59
- Page 1:
Assistência Pré-NatalManual de Or
- Page 6 and 7:
ORGANIZAÇÃO DO ATENDIMENTO PRÉ-N
- Page 8 and 9: ACONSELHAMENTO PRÉ-CONCEPCIONALA g
- Page 10 and 11: dose única da vacina MMR 0,5 ml po
- Page 12 and 13: mais importante para o crescimento
- Page 14 and 15: estrutura óssea da pélvis materna
- Page 16 and 17: de globulina. A relação albumina/
- Page 18 and 19: alterados durante a gravidez. Enten
- Page 20 and 21: LIMITAÇÃO MEDICAMENTOSA EM OBSTET
- Page 23 and 24: Metildopa, indicado para tratamento
- Page 25 and 26: ASSISTÊNCIA BÁSICA PRÉ-NATALA fr
- Page 27 and 28: importância para as avaliações s
- Page 29 and 30: causas de desnutrição. Se o ponto
- Page 31 and 32: NUTRIÇÃO NA GRAVIDEZ NORMAL E EM
- Page 33 and 34: VITAMINAS LIPOSSOLÚVEISVITAMINA A
- Page 35 and 36: peixe e sal iodado. A necessidade d
- Page 37 and 38: TRATAMENTO DAS INTERCORRÊNCIAS GRA
- Page 39 and 40: ULTRA-SONOGRAFIA OBSTÉTRICAA ultra
- Page 41 and 42: distingüindo-se o polo cefálico e
- Page 43 and 44: Diagnóstico de anomalias estrutura
- Page 45 and 46: geral, anomalias cromossômicas ou
- Page 47 and 48: AVALIAÇÃO DA VITALIDADE FETAL NA
- Page 49 and 50: MONITORIZAÇÃO CLÍNICA DA FREQÜ
- Page 51 and 52: AVALIAÇÃO DA MATURIDADE FETALNão
- Page 53 and 54: Vantagens: O teste é simples, ráp
- Page 55 and 56: Citologia com o lugol forteFundamen
- Page 57: GESTAÇÃO MÚLTIPLAO útero matern
- Page 61 and 62: titulação ≥ 1:8 ou a história
- Page 63 and 64: 1) Amniocentese - Deve ser realizad
- Page 65 and 66: Na impossibilidade da imunoglobulin
- Page 67 and 68: (período hiperplásico), levando
- Page 69 and 70: dois grandes grupos: CIUR sem oligo
- Page 71 and 72: HIPERTENSÃO ARTERIALA hipertensão
- Page 73 and 74: Quadros clínicos sugestivos da DHE
- Page 75 and 76: • resposta insatisfatória ao uso
- Page 77 and 78: • síndrome HELLP presenteb) Indi
- Page 79 and 80: 2. HIPERTENSÃO CRÔNICAÉ a hipert
- Page 81 and 82: OLIGOIDRÂMNIOA oligoidramnia, cara
- Page 83 and 84: POLIDRÂMNIOA polidramnia tem sido
- Page 85 and 86: sintomas discretos podem, usualment
- Page 87 and 88: A inspeção da genitália externa
- Page 89 and 90: espiratórios, indicador sensível
- Page 91 and 92: ABORTO RETIDOCaracteriza-se pela in
- Page 93 and 94: HEMORRAGIA DA SEGUNDA METADE DA GRA
- Page 95 and 96: ) Idade: a placenta prévia é mais
- Page 97 and 98: DIABETES MELLITUSO diabetes mellitu
- Page 99 and 100: da gestação.6) A hemoglobina glic
- Page 101 and 102: INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIOA infe
- Page 103 and 104: Desaparece algumas semanas após o
- Page 105 and 106: da cardiopatia. O grau funcional I
- Page 107 and 108: PATOLOGIAS DA TIREÓIDEDentre as do
- Page 109 and 110:
na fase reprodutiva, quer pelo elev
- Page 111 and 112:
prematura das membranas, polidramni
- Page 113 and 114:
que suas contrações são mais fre
- Page 115 and 116:
O único inconveniente no uso do su
- Page 117 and 118:
DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEI
- Page 119 and 120:
fígado (cirrose hipertrófica), ba
- Page 121 and 122:
infecção gonocócica disseminada.
- Page 123 and 124:
O tratamento pode ser feito com:1.
- Page 125 and 126:
O tratamento é feito com medidas d
- Page 127 and 128:
ACOMPANHAMENTO DA GRÁVIDA HIV +Des
- Page 129 and 130:
colpocitológico e colposcópico.A
- Page 131 and 132:
MEDIDAS PRÉ-NATAIS DE INCENTIVO AO
- Page 133 and 134:
usando-se dois dedos, forçando des
- Page 135:
135