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Isabela Arteiro_dissert.pdf - Unicap

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toxicomania, mais um desdobramento é lançado: o lugar da droga na vida dodependente. O início do uso, geralmente, é caracterizado por uma potencializaçãodo usuário, em todos os sentidos, contudo mudanças subjetivas próprias dadependência, altera tal posicionamento: de sujeito ativo que sabe quando parar deusar, para um sujeito passivo ou assujeitado, em busca de um prazer negativo(SISSA, 1999), vivenciado pela necessidade de livrar-se do mal-estar causado pelaabstinência. Todo seu corpo, sua vida, se restringe à pura sensorialidade,embotando todas as demais funções mentais. Vive-se no primitivismo da vida, naimpossibilidade de enfrentá-la.4.3 - A questão do lugar – O prazer negativoPara finalizar o presente capítulo, apresentaremos uma importantecontribuição apresentada pela filósofa Sissa (1999) em seu trabalho intitulado Oprazer e o mal: filosofia da droga. A autora teoriza a respeito do prazer negativo,expressando a necessidade de ingestão da droga não como fonte de prazer, mascomo uma forma de evitar a dor e o desprazer, a fim de estabilizar o organismo. Issonão significa dizer que desde o início o sujeito é tomado pela experiência do prazernegativo, mas em dependentes graves, nas quais a tendência à abstinência é umsinal evidente, corroboramos as perspectivas de que o uso esteja relacionado àevitação do mal-estar e da dor. Vale salientar, que isso não altera, absolutamenteem nada, a linha de raciocínio que tem conduzido nossa discussão, já que, nestemomento, não estamos colocando em questão a instalação da dependência, massua manutenção como sinônimo de manutenção da própria vida.Nesse sentido, poderíamos citar como exemplo, um comportamento comumaos alcoolistas: tomar a primeira dose pela manhã, não especificamente para sentiro bem-estar próprio do álcool, mas para evitar o mal-estar da privação e um possíveldelirium tremens 50 . Em outras palavras, aquilo que a princípio servia como forma de50 No delirium tremens a pessoa está no início ansiosa e mais tarde desenvolve confusão crescente, insônia, pesadelos,sudação excessiva e depressão profunda. O pulso tende a acelerar-se. Pode aparecer febre. O episódio pode agravar-se comalucinações fugazes, com ilusões que causam medo, inquietação e desorientação, com alucinações visuais que podematerrorizar. Os objetos vistos com pouca luz podem ser particularmente aterradores. Por último, a pessoa está extremamenteconfusa e desorientada. Uma pessoa com delirium tremens sente, por vezes, que o chão lhe foge, as paredes caem ou a cama111

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