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Isabela Arteiro_dissert.pdf - Unicap

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em-estar, passa a servir apenas para tornar sua vida vivível, ou seja, ir ao grauzero da vontade de existir. A falta da droga deixa o sujeito fisicamente doente, compercepções estranhas e inquietantes; uma picada, uma cheirada e tudo volta aordem. Há mudanças no sistema sensório-perceptivo provocadas pela adaptação doorganismo às substâncias químicas.“Quando eu tive a overdose, fiquei assustado. A médica olhou meus examese disse que meu sangue estava contaminado com 10% de crack”. A partir destefragmento do relato apresentado anteriormente, notamos que a urgência por deixara droga é acompanhada da experiência insuportável de se manter fazendo uso. Ocorpo começa esmorecer; a família deixa de acreditar na possível mudança;financeiramente, o sujeito não encontra mais saída para alimentar o vício. A queixa éacompanhada, ainda, por um apelo de interdição: “As autoridades precisam tomaruma medida drástica”. Diante da impossibilidade de desatar-se do objeto no qual odependente está fixado, lança inicialmente, um pedido ao Outro, um endereçamentoque demonstra a não implicação do sujeito no processo. É como se alguém ou algopudesse fazer o que para ele está além de suas possibilidades. Esse é movimentopresente nos processos de reabilitação; alguns solicitam à família uma internação,como se o fato de estarem inseridos em uma clínica especializada fosse suficiente àeliminação do “sintoma”; também nas próprias clínicas de recuperação, o pedido poruma dose maior de psicotrópicos parece representar uma espécie de congelamentoe, conseqüentemente, controle das sensações, responsabilizando o outro por vetar avontade.Por essa e outras razões, a questão do tratamento é o grande desafio queprofissionais enfrentam ao manejar com o fenômeno da toxicomania. Uma ampladiversidade de recursos terapêuticos e farmacológicos vem sendo estudada a fim deencontrar a forma mais adequada para atender às necessidades daqueles quequerem cessar o uso. Nesse sentido, no próximo capítulo empreenderemos atentativa de repensar, a partir de alguns referenciais psicanalíticos, as formas deescuta e os manejos que podem ter sucesso para o trabalho com toxicômanos, nãoprescindindo das questões do corpo, ao contrário, dando a elas um lugar derelevância.gira. À medida que o delírio progride, aparece tremor persistente nas mãos, que, por vezes, se estende à cabeça e ao corpo, ea maioria das pessoas apresenta uma descoordenação intensa. In: www.manualmerck.net/artigos.112

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