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Isabela Arteiro_dissert.pdf - Unicap

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formações de sintoma e os processos oníricos. Nesse trabalho é apresentada umadistinção entre a interpretação como deciframento e a interpretação simbólica. Ométodo pautado no deciframento propunha uma fragmentação do conteúdo dosonho, destinada a realizar uma leitura e interpretação com base em um códigopreestabelecido de significações. Já a interpretação simbólica buscaria apreender osonho como um todo, lido a partir da intuição do intérprete. A psicanálise freudiana,em certo sentido, segue ambos os métodos, contudo introduz especificidades emsua concepção e prática de interpretação. Como sugere Birman (2001, p. 178):O discurso freudiano inscreveria a interpretação psicanalítica na tradição dodeciframento, já que a própria psicanálise realizava um trabalho prévio defragmentação dos sonhos, não os tomando imediatamente como umatotalidade. [...] Contudo, se por um lado, o discurso freudiano em princípiose identificava com a concepção do deciframento, por outro, diferenciava-sedela em sua recusa da existência de signos com significadospreestabelecidos por um código, ou seja, refutava que se pudesse fazerligações imediatas entre o registro dos signos apresentados nos sonhos euma ordem preestabelecida de referentes que validariam seu sentido.Freud, desde que adota como técnica a associação livre, passa a considerálacomo o veículo através do qual o sentido, tanto dos signos do sonho como dosintoma nas psiconeuroses, é desvendado. Vale considerar, contudo, que não setrata simplesmente de um desvelamento, visto que o discurso do analisante éperpassado por suas singularidades e, por essa razão, o deciframento, centrado emcódigos, não interessaria à lógica da psicanálise. “[...] seriam os desejos, sempre emposição estratégica no cenário onírico, que permitiam delinear a singularidade dosujeito, tão enfatizada por Freud” (BIRMAN, 2001, p. 179). Sabemos que nãoapenas o sonho, mas as outras construções do inconsciente como lapsos, atosfalhos e chistes também são produções regidas pela lógica do desejo. Além disso,para Freud (1900), essas formas pelas quais o material inconsciente se apresentasão pertencentes à ordem do pensamento, visto que se manifestam para dizer sobrealguma coisa do sujeito. Tal afirmação parece imprópria se tomarmos o pensamentoa partir de uma concepção da consciência e da cognição.128

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