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Isabela Arteiro_dissert.pdf - Unicap

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sonhos, por exemplo, o recurso da representação é o que permite ao sujeito serpoupado das experiências desprazerosas. Podemos seguir um pouco mais, dizendoque a linguagem, como princípio transcendental de ligação, permite a instauração doprincípio do prazer, modificando o que antes era tido como puro gozo. Nessesentido, Rudge adota a perspectiva:[...] de que, antes da instalação do par principio do prazer e de realidade, oque temos são os gozos e dores desligados, não organizados e, portanto,não temperados por um princípio que tome em consideração os conflitos econtradições, o que corresponde à caracterização das pulsões polimorfas eparciais (1998, p. 32).Freud (1900) no livro A interpretação dos sonhos já afirmara que: “[...] com ocontrole progressivo exercido sobre nossa vida pulsional pela nossa atividade dopensamento, ficamos mais e mais inclinados a renunciar à desvantajosa formaçãoou retenção de desejos tão intensos como os que as crianças obedecem”.Sendo a linguagem uma condição para o pensamento, consideramos que oacesso à linguagem através da relação com o outro é fator primordial paracaracterizar o Eros como princípio de ligação (ligação pulsional). E,conseqüentemente, Eros em sua finalidade de ligação e “construção” é oresponsável pelo ingresso na cultura e na linguagem, o que resultará em mudançasno regime de circulação pulsional. Eros não se limita à esfera do amor, mascorresponde aos efeitos do recalque, à ligação do processo primário, à possibilidadede elaboração psíquica e sublimações (RUDGE, 1998). Nesse sentido, o espaço defala, dado pelo analista pode ser condição para que tal passagem possa seconstituir. É bem verdade que a função desse deverá ser, como já dissemos, de umanalista retificador, que participa mais ativamente no sentido de contribuir com anomeação daquilo que parece ser inominável.Outra consideração pertinente às nossas discussões, diz respeito ao manejoda transferência, causada, contudo, pela estranheza do outro, verificado, nãoapenas, por parte do toxicômano, mas também do psicanalista. É como seressoasse uma “indignação” de ambos os lados: no que tange o analista, há umaimpossibilidade de concordar com essa forma específica de gozar, que o toxicômanose aventura; do lado do toxicômano surge um estranhamento por se perceber numregistro completamente diferente do psicanalista. Considerando tal descompasso,153

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