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Isabela Arteiro_dissert.pdf - Unicap

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(GARCIA-ROZA 53 , 1991, p. 27). Strachey traduz para o inglês como “Speechapparatus”. Na língua inglesa existe uma diferença bem marcada entre speech (fala)e language (linguagem), enquanto que em alemão “Sprache” tem um sentido maisamplo, significando tanto língua, idioma, linguagem, quanto fala ou voz (RUDGE,1998). Em português, geralmente, utiliza-se “aparelho de linguagem”, como propõeGarcia-Roza, contudo concordamos com Rudge (1998) que opta por “aparelho defala”, justificando que o termo “fala” refere-se à dimensão da linguagem enquantoato, e, nesse sentido, trata-se do sujeito do ato. O que nos interessa não é alinguagem enquanto sistema, mas sim centralizar-se no sujeito como aquele que seutiliza ou não do recurso lingüístico. “A palavra ‘fala’, como substantivação de umverbo, evoca essa dimensão da atividade, fundamental na perspectiva sustentadapor Freud em ‘Sobre a afasia’” (RUDGE, 1998, p. 73).Um dos primeiros contrapontos que Freud levanta no início da monografia éa visão localizacionista da neuropatologia da época, com o argumento de quepercepção e associação são aspectos de um único processo. Logo no início dotrabalho, ele vai de encontro às idéias de Wernicke, seu principal interlocutor,propondo a noção de “perturbação funcional”. Essa terminologia “designa uma sériede efeitos que devem ser relacionados com o funcionamento global do aparelho, aoinvés de serem explicados em termos de uma relação mecânica entre o clinicamenteobservado e o anatômico” (GARCIA-ROZA, 1991, p. 29). Freud não desconsidera aquestão da localização, apenas acredita que os elementos tópicos são submetidos aarranjos e rearranjos que obedecem a exigências funcionais. A idéia de que paracada estímulo proveniente do mundo externo, existam representações localizadasem determinados pontos do córtex cerebral, de modo que as representaçõescorresponderiam a uma projeção dos elementos da periferia, também é refutada.Além disso, para a neurologia a estimulação passava pelas fibras nervosas semcausar alteração na última, enquanto que Freud recusa a noção de que as fibrasnervosas sejam meras condutoras, sem nenhuma interferência sobre a transmissãoda excitação.53 Recorreremos ao comentador de Freud, Garcia-Roza que apresenta um confiável trabalho no volume I de suaIntrodução à Metapsicologia Freudiana (1991) a respeito do estudo das afasias, uma vez que nosso objetivo nãoé nos prolongarmos no assunto. Nesse sentido, toda nossa compreensão sobre o trabalho das Afasias, passarápela interpretação do comentador.121

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