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Isabela Arteiro_dissert.pdf - Unicap

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CAPÍTULO 4 – A PRIMAZIA DA SENSAÇÃO NOS TOXICÔMANOSExistem algumas pessoas que têm tendência a dependente, né? Então apessoa que tem a tendência à dependência, né, ela experimenta a droga,ela gosta da sensação da droga. Aí ela vai usar a droga, e vai continuarusando e vai começar a depender da droga porque ela já tem umatendência à dependência. De repente é uma coisa que dá prazer nela, dáuma sensação boa nela, ela começa usar direto, sabe.(GURFINKEL, 1995, p. 35, grifos nossos).Iniciar este capítulo a partir do depoimento apresentado pelo autor abre umasérie de questionamentos, dentre eles, o tão comum: relativo à questão dadisposição à toxicomania – uma espécie de previsibilidade oculta que estaria portrás daquele que se intoxica, definindo ou não a instalação da dependência.Há estudos que indicam uma “predisposição genética” como determinantedo uso abusivo de substâncias. Pesquisas em famílias mostram aumento nas taxasde prevalência de dependência do álcool entre três a quatro vezes em parentes deprimeiro grau de dependentes do álcool. A hereditariedade, que avalia o quanto davariância de um traço ou transtorno devido a fatores genéticos para a dependênciado álcool, é estimada em 52% a 63% (WHO, 2004 in ANDRADE; CRUZ, 2005). Osgenes estudados nessas amostras, relacionados a um risco aumentado paradependência do álcool, são os ligados às enzimas metabolizadoras do álcool(aldeído desidrogenase, álcool desidrogenase e CYP2E1 – proteínas do complexodo citocromo P-450) ou aos transportadores de recaptação e receptores deneurotransmissores. As variantes genéticas das enzimas metabolizadoras são maisou menos eficientes, produzindo níveis elevados de acetaldeído e provocandosintomas de ressaca e de sensibilidade ao álcool mais pronunciada. Além dasenzimas metabolizadoras, genes ligados aos transportadores de recaptação e aosreceptores ácido gama-aminobutírico (GABA) e glutamato podem estar associados arisco de dependência e/ou toxicidade pelo álcool. Estudos genéticos mostram quecertos genótipos poderiam estar associados a alterações no balanço excitatórioinibitóriodo córtex frontal, aumentando a propensão para excitotoxicidade no córtexfrontal superior (Dodd et al., 2004 in ANDRADE; CRUZ, 2005).Apesar dos estudos genéticos não fazerem parte, especificamente, denossa pesquisa, abrimos esse breve espaço no intuito de apresentar uma das85

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