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Isabela Arteiro_dissert.pdf - Unicap

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servia como um símbolo que retratava a indignação, própria da juventude da época.Em contrapartida, nossos jovens não lutam, não exigem seus direitos, se posicionammuito mais como objetos de um sistema, que os obriga a serem bem sucedidos e aadquirir todos os produtos oferecidos pelo capitalismo. Nossos jovens não morremna guerra, defendendo sua pátria e seus valores, mas morrem de overdose,respondendo aos apelos de seu corpo por uma dose de estimulação anestésica.Nossos jovens não gritam, brigam, esperneiam por seus ideais, apenas gritam epulam ao ritmo da música eletrônica para, de alguma forma, sentir que permanecemvivos, pelo menos fisicamente. Este é o cenário de uma grande parte da juventudecontemporânea.Na tentativa de desenhar um retrato do toxicômano pertencente à sociedadeatual, recorreremos aos próprios discursos daqueles que nos falam da puraexperiência sensível a fim de dar sustentação às argumentações defendidas até omomento. Para tanto, organizamos, no Quadro 2, o recorte de algumas entrevistasque muito têm a dizer sobre o que se passa no corpo e na mente desses sujeitos.As entrevistas realizadas para a pesquisa não seguiram nenhumquestionário pré-estabelecido ou um roteiro fechado de perguntas. Ao contrário,nossa proposta foi ouvir o discurso livre. Por parte da pesquisadora, o objetivo foi defazer um trabalho “artesanal”, que pudesse restabelecer as primeiras experiênciascom a droga, permitindo, assim, o espaço para emergir um discurso pulsante, cheiode vida e energia, expressando, de forma fidedigna, a vivência intoxicante. Porém,uma pergunta foi feita a todos os entrevistados: “o que você sente ao usar droga?”,uma vez que esta possibilitaria o retorno às primeiras sensações proporcionadaspela droga. Para que o leitor pudesse ter acesso a esse material, sem precisar fazera leitura de todas as entrevistas transcritas (em apêndice), trouxemos as respostasdadas à pergunta supramencionada.93

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