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Isabela Arteiro_dissert.pdf - Unicap

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dois elementos, o afeto e a idéia, em outras palavras, há um quantum afetivo, que semanifesta mais no nível corporal, e outro representativo que estaria ligado mais aopsiquismo. Acreditamos que uma das originalidades dessa pesquisa é a tentativa demanejar com aquilo que está no nível do afeto, na experiência sensível emdetrimento do que é representável pela palavra. Assim, nos propomos a investigar oque está nas entrelinhas do discurso do toxicômano, da descrição minuciosa que omesmo faz de sua experiência com o tóxico, para, através disso, tentarmosresponder a questão central de nossa pesquisa: O toxicômano estaria marcado poruma primazia da sensorialidade e, por essa razão, não consegue se desligar dassensações provocadas pela droga? E, ainda, temos por proposta destacar a relaçãodo sujeito com seu próprio corpo, intermediado pela droga, impedido de dizer não aoimperativo da vontade. Haveria, pois, uma falha simbólica no sujeito, que o fazdemandar com voracidade por experiências sensoriais, ou seja, uma falha narepresentação? Ou a própria primazia da sensação, vivenciada a partir da entradado tóxico, seria responsável por produzir uma espécie de aprisionamento,impossibilitando o uso de seu recurso simbólico?Tais indagações e outras que lançamos no projeto inicial foram acolhidaspelo Laboratório de Psicopathologia Fundamental e Psicanálise da UniversidadeCatólica de Pernambuco com o intuito de agregá-las a outras pesquisas que vêm seempenhando em trabalhar a partir das demandas ligadas ao corpo, tão recorrentesna clínica psicanalítica. A seguir, contextualizaremos, mais detalhadamente, outrossegmentos que estão atrelados ao nosso trabalho.DO CONTEXTO DA PESQUISAA nosso ver, uma pesquisa psicanalítica é sempre fruto de uma angústia doanalista, que busca no processo investigativo encontrar nomenclatura, conceitos earticulações teóricas para aquilo que se faz questão em sua prática clínica. Noentanto, é necessário que o mesmo encontre um local que possa dar suporteinstitucional e servir como sede para tal construção teórica, com interlocutores quepossam participar ativamente – ora abrindo um espaço de escuta, servindo comointérprete para as experiências que não puderam ser ditas e escritas pelo16

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