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Isabela Arteiro_dissert.pdf - Unicap

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Não se trata mais de estabelecer uma relação mecânica entre elementossensoriais (impressões) e elementos psíquicos (representações), mas deassinalar o paralelismo entre duas ordens de processos: “Qual o correlatofisiológico da representação simples ou da que reaparece em seu lugar?”,pergunta Freud. Evidentemente nada de quiescente, mas algo da naturezade um processo (GARCIA-ROZA, p. 33).É justamente a modificação no córtex, durante o processo de transmissão,que tornará possível a recordação, permitindo que as mesmas vias sejampercorridas quando a mesma área cortical for excitada novamente. Essa idéia foitrabalhada no Projeto para uma Psicologia Científica (1895), através da noção deBahnung.Freud na construção de uma teoria para o “Aparelho de Linguagem”, ou“Aparelho de Fala”, pauta-se nas noções de representação, mais especificamente,representações de objeto 54 e representações de palavra. A representação de objetocompreende um complexo aberto de associações, composto de impressões: visuais,auditivas, táteis, sinestésicas, prevalecendo a imagem visual. Para se constituir umarepresentação de objeto tais elementos precisam estar associados entre si. Arepresentação de palavra também é um complexo de associações, em que entrampredominantemente os elementos acústicos, mas também os visuais e ossinestésicos. É importante enfatizarmos que, por um lado, a ligação com a palavra éprecondição para que as associações vindas das impressões sensoriais seorganizem em uma representação de objeto, por outro a palavra só adquire sentidopor sua ligação com a representação de objeto. Freud (1891) afirma, ainda, que arelação entre representação de palavra e a de objeto é chamada simbólica, e asperturbações nessa relação foram conhecidas como “afasia assimbólica”.54 Rudge nos alerta para um futuro problema, que é a confusão que o leitor pode fazer em relação àsterminologias: representação de objeto e representação de coisa. Este problema surge, pois, no texto Sobre aafasia, Freud (1891) faz uso de representação de objeto e, mais adiante, no artigo O inconsciente (1915)utiliza Dingvorstellung (representação de coisa). Alguns autores concordam que representação de objeto erepresentação de coisa dizem respeito a mesma coisa. Na verdade, os termos não são concomitantes, já que,como veremos a seguir, a representação de objeto é formada pela representação de coisa mais a representaçãode palavra. Temos aí três elementos. Este problema aparece, justamente, porque a representação de coisaaparece, apenas em 1915, relacionada ao conceito de pulsão.122

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