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Isabela Arteiro_dissert.pdf - Unicap

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mais. Ia pegar fiado de traficante, fazia alguma coisa para não entrar aqueladepressão. Aí quando não tinha mesmo dinheiro para comprar droga, aí comparavauma bebida para acalmar e ir dormir. Não tava pensando mais em nada, em nada,só na droga. E na onde conseguir dinheiro para comprar droga.Você sentia que diminuía muito o nível do pensamento?Ah, bastante! Você só leva os pensamento pra fazer coisa errada e pra arrumardinheiro. E trabalha não tava dano, tava ganhando dinheiro só que não dava pranada. Aí tinha que fazer alguma coisa pra arruma esse dinheiro todo dia.Para o usuário, na situação que você chegou, o que mais importava era sentiraquela sensação da droga?Ah é! Sentir a loucura, né? E a droga de preferência era a química mesmo. Acocaína eu não tava nem querendo mais usar porque não tava dano... O efeito delanão chega nem em 10% dessa outra droga e do crack. A merla é bem mais forte e acocaína não tava fazendo nem mais nada. Tava usando, usando e só machucandotudo o nariz, a outra não, era fumada, então tava acabando tudo por dentro. De vezem quando com cocaína saia sangue do nariz, do tanto que tava usando e no outrodia ficava doendo. A outra não, você fuma igual cigarro, o efeito em 5 minutos jávem a loucura e depois de uma hora já vem a depressão. Se não tiver mais o carafica meio chapado, né. Fica desesperado, querendo usar e tem que conseguirdinheiro.Você se lembra da primeira vez que você usou cocaína?Lembro. Então, aí eu fui morar na casa da minha avó, aí tava envolvido com ummonte de cara, fazendo um monte de coisa errada. Eu tinha 17, não 16 anos. Aítinha tido uma briga com “uns cara” e eu atirei num pessoal. Aí um amigo mechamou pra ir ver uns negócios. Cheguei lá, tinha um monte de cocaína... Aí chegouo cara que vendia droga pra ele. Aí o cara perguntou se eu usava e eu disse quenão, nunca usei não. Aí ele falou: “Quer experimentar?” E eu falei: “Como é que é?”.Aí ele esticou em uma tábua, enrolou uma nota de dinheiro e pediu para eu cheirar.Eu cheirei um pedacinho bem pequenininho. Ele falou: “Nunca usou não?” E eudisse: Não, nunca usei não. Ele pensava que eu até injetava. Deu uma sensaçãoboa, né. Você começa a pensar um monte de coisa rápida. Aí nós fomos cheirando!Ele trouxe um prato e eu fiquei cheirando com ele. Eu ficava bebendo água com191

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