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Isabela Arteiro_dissert.pdf - Unicap

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abstrair o sentido, o significado, permanecendo fixado na pura experiência corporal.Melhor dizendo, dificilmente entram no campo das representações ao elaborar umdiscurso sobre suas vivências com a droga. Assim, a problemática da toxicomanianos impõe uma questão de extrema relevância: de que maneira, o percurso trilhadopela droga no organismo e na economia libidinal provoca uma experiência sensorialinsubstituível, constituindo, conseqüentemente, a dependência? Poderíamosconsiderar o toxicômano um sujeito que permanece preso às suas experiênciassensíveis proporcionadas pela droga e, sendo assim, não pode deslocar-se para umplano representativo?Questões dessa ordem nos colocam um outro problema – o manejo clínico.Como os profissionais lidam com tais pacientes, já que eles apresentam um discursoum tanto singular sobre a vivência da intoxicação, que, por sua vez, nãocorresponde ao campo da representação próprio da “regra” psicanalítica clássica? Aesse respeito diríamos que o significante se apresenta, fazendo a primeira forma deinscrição, mas não se representa. Por essa razão, é essencial ao psicanalista,enquanto profissional que trabalha com a palavra, repensar sua escuta e sua açãointerpretativa. Fazer clínica da toxicomania implica, conseqüentemente, em nãoprescindir da problemática corporal.Existem substâncias estranhas, as quais quando presentes no sangue ounos tecidos, provocam em nós, diretamente, sensações prazerosas,alterando, também, tanto as condições que dirigem nossa sensibilidade,que nos tornamos incapazes de receber impulsos desagradáveis (FREUD,1930, p. 96).Nesse sentido, é correto afirmar que Freud ao descrever a existência de taissubstâncias estava se referindo à presença de psicoativos no organismo. Oproblema é que a formação, principalmente, do profissional de psicologia e dopsicanalista, tende a conduzir, apenas, a uma concepção psicodinâmica da relaçãodo toxicômano com a droga. No entanto, não há como negar que a clínica datoxicomania demanda atenção sobre o enlace que o sujeito faz com as experiênciassensíveis provocadas, especificamente, pela droga em seu corpo. Não queremos,absolutamente com isso, reduzir o presente estudo nem às questões de ordem14

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