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Isabela Arteiro_dissert.pdf - Unicap

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Dito de outro modo, o discurso freudiano, contrariando o postuladocartesiano (1933) de que não existe pensamento fora do registro daconsciência, enunciou que o pensamento não se identifica com a reflexãopropriamente dita, mas que ela é apenas uma das formas de sua existência(BIRMAN, 2001, p. 181).Ao tratarmos do sonho, por exemplo, temos em mente que a interpretaçãoé uma tarefa de transformar a imagem presente na experiência onírica, em palavras.Por outro lado, Freud (1900) também indica que o registro condensado da imagemno sonho já é palavra, que fora transformada pelo movimento regressivo do aparelhopsíquico (BIRMAN, 2001). As palavras não precisam, necessariamente, estarorganizadas de forma clara e presente na consciência, mas podem se apresentarcomo outra forma de discursividade, ou seja, imersas na intensidade da pulsão e doafeto.Em 1900, Freud, também, postulou a diferença existente entrerepresentação de coisa e representação de palavra. A representação de palavra éfechada em relação à representação de coisa. “Tem-se verdadeiramente aimpressão de que a representação de nível superior ‘contém’, encerra e organizaaquela que lhe é subjacente, simbolizando-a” (DUPARC, 2001, p. 53). Assim, otrabalho interpretativo teria a função de fazer uma ligação entre as duas,transformando, conseqüentemente, a primeira, na segunda. É importantesalientarmos quanto à representação-coisa, o fato de pensamento e intensidadeestarem tão intrincados e, por essa razão, torna-se difícil a dissociação. A esserespeito, Birman (2001, p. 188) acrescenta:[...] na produção de representações-coisa, a pulsão está sempre presente,uma vez que, como exigência permanente de trabalho imposta aopsiquismo por sua ligação com o corporal, a força pulsional como puraintensidade é a condição de possibilidade da construção de cadeias desentido e interpretação.O discurso do inconsciente é fruto de cenas que de alguma forma estãopresentes no imaginário do sujeito, são materiais fragmentários sobre os quaisincide o desejo e, a partir daí, é produzida a representação-coisa. Nesse sentido,podemos afirmar que existe outra espécie de pensamento que não aquele queconduz, diretamente, a um processo de reflexão. Estamos nos aproximando da129

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