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Isabela Arteiro_dissert.pdf - Unicap

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CAPÍTULO 3 – O CIRCUITO DO PRAZERO tema da toxicomania sugere uma pluralidade de articulações teóricasentre psicanálise, sociologia, neurociência e neurofisiologia. Contudo, como o nossoobjetivo incide sobre primazia da sensação nos toxicômanos, requer, então, queentendamos o circuito do prazer e a fisiologia pulsional. Fazer uso do conceito depulsão exige, antes de qualquer coisa, uma tentativa de delinear com a máximaprecisão possível a conceitualização, aproximando da obra freudiana as hipótesesadvindas da prática clínica. Esse não é um desafio apenas nosso, pois foi nessatensão que Freud construiu a psicanálise.No intuito de apresentar uma definição que pudesse ser mais clara ecoerente, tal conceito sofreu várias reformulações, embora nem sempre deixasse oseu autor satisfeito. No artigo Para introduzir o narcisismo (1914), Freud se queixada “ausência total de qualquer teoria das pulsões que nos oriente”; em Além doPrincipio do Prazer (1920), onde suas elaborações pareciam estar maissedimentadas, descreve a pulsão como um dos elementos mais importantes, porémobscuro, da pesquisa psicológica; já no final de sua obra Freud (1932) não deixa dedeclarar que “a teoria da pulsão é, por assim dizer, nossa mitologia”. E continua: “Osinstintos 37 são entidades míticas, magníficos em sua imprecisão. Em nosso trabalho,não podemos desprezá-los, nem por um só momento, de vez que nunca estamosseguros de os estarmos vendo claramente” (FREUD, 1932, p. 98).A obscuridade da conceitualização é justificada por se tratar de um conceitolimítrofe entre o psíquico e o somático, manejando, assim, com referenciaisespecíficos de cada campo. A pulsão tanto pode designar os representantespsíquicos de forças originárias no interior do corpo (FREUD, 1920), como as própriasforças orgânicas, por oposição às idéias que a representam (RUDGE, 1998). É umdesafio encontrar “rastros” do funcionamento psíquico em uma determinada regiãocerebral 38 , bem como, não é tão simples encontrar no psiquismo os representantesdas pulsões (Triebe), que têm como fonte o soma. Mesmo diante de tal desafio,37 Sempre que aparecer “instinto”, nas citações, lê-se pulsão. Trata-se de uma questão de tradução, já que aEdição Brasileira (ESB) traduz a partir do inglês (instinct) e, por isso, temos em português a terminologia“instinto” querendo dizer TRIEB (no alemão).38 Diríamos que essa é uma tarefa impossível, mas colocamos como desafio, visto que foi uma tarefa que Freudse empenhou em realizar.70

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