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Isabela Arteiro_dissert.pdf - Unicap

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Agora, como é que eu descobri que eu tinha depressão? Aí eu faço uma volta notempo e me lembro, eu nessa idade assim, quando eu trabalhava com meucunhado. Como eu era muito preocupado com minha família, eu não conseguiaajudar, entendeu? E, eu lembro que eu sempre ficava deitado e essa coisa iaremoendo na minha cabeça, ia remoendo, remoendo. E aí até a depressão euconsigo administrar hoje, eu não me preocupo mais. Eu sempre digo que eu achoque o que me ajudou muito nesse negócio de recuperação é porque eu sou muito“caxias”. E, as vezes, sou muito “caxias” comigo mesmo. Uma vez meu médico medisse: “Você, você....” Eu me culpo muito pelas coisas. Eu tenho que lembrar que eusou um ser-humano, eu estou sujeito a determinadas coisas que tem na vida. Comoo uso de drogas. Que a facilidade é muito maior hoje em dia. na minha época deadolescente, se usava, mas o que se usava era droga injetável e maconha. Cocaínachegou nos EUA no final dos anos 70, pra poder chegar no Brasil, foi um... Foi maisdemorada.Por que você decidiu parar de usar? Por que você veio para o RAID?Na verdade, eu estava num momento de..., de loucura, não era de loucura. Dedescontrole. Eu já não ia mais trabalhar porque eu inventava história. E eu era umapessoa muito conceituada na empresa. A maconha não, mas a cocaína começoume atrapalhar no meu trabalho. E, uma determinada vez perdi o controle, o cara medeu uma tapa, e eu tava muito doidão daí...Você ia trabalhar cheirado?Não. Mas eu fazia coisas absurdas, não sei como é que eu fazia. Aí, até nesse diaeu ia matando um amigo meu. Um amigo não, o irmão de um amigo meu, porque eleme deu uma tapa, deu um murro no meu carro. E eu fui em casa, peguei uma arma,abri o carro assim, na rua, chamei ele para brigar. Joguei a arma no portão e disseque eu não era homem de brigar com arma, já que ele tinha “ido na tapa”. Acordei, ocarro todo aberto, numa rua deserta, e eu acordei com um senhor me chamando. Eutinha usado toda droga, pela polícia eu tava lascado nesse momento. Aí eu comeceia conversar comigo mesmo: “Poh, “cê” tá com problema!”. Aí um amigo meu metrouxe até o Raid, me mostrou o Raid. Ele ficou me procurando, procurando,procurando até me achar e eu conversei com médico. Aí eu não me esqueço, depoisde muito tempo de conversa ele me “chaviou” e perguntou: “Você vai fazer o que255

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