25.08.2015 Views

Isabela Arteiro_dissert.pdf - Unicap

Isabela Arteiro_dissert.pdf - Unicap

Isabela Arteiro_dissert.pdf - Unicap

SHOW MORE
SHOW LESS
  • No tags were found...

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

escuta para a especificidade dos toxicômanos, algumas delas já pensadas porestudiosos dessa área.Somos cientes de que a imprevisibilidade dos movimentos pulsionais noscoloca diante de uma gama, cada vez maior, de repertórios clínicos dos quais osreferencias teóricos clássicos parecem não dar conta. A especificidade dospadecimentos psíquicos, dentre eles a toxicomania, que é de nosso maior interesse,põe em xeque o modelo de escuta baseado apenas na técnica da associação livre,cunhada por Freud, impondo, assim, ao clínico, um novo manejo, apoiado em outrasferramentas, que não apenas a palavra. Nossas reflexões corroboram asproposições de Reis (2003) ao afirmar a necessidade de buscar novas estratégiasterapêuticas que não privilegiem a nomeação de sintomas, sustentadas em umformato subjetivo dado a priori. Também, corroboramos a preocupação de Forbes(2005, p. 06) quando afirma:O Brasil passa por um período seríssimo, epidêmico, de drogadição, emque não se responde aos tratamentos habituais e tampouco aos antigosmodelos psicanalíticos. Explicar para um viciado de hoje – na vertente daelucidação, como faziam os analistas há vinte anos – que o uso da drogavem de frustrações da oralidade não intervém em nada no vicio, só traz aopaciente esclarecimento teórico.No que tange a isso, Birman (2000) considera que a psicanálise, comodiscurso, perdeu suas dimensões ética e política, ficando restrita a uma meraperspectiva terapêutica, na qual a harmonia do sujeito no campo social seria suamaior finalidade. E, hoje, a psicanálise não pode se furtar à demanda para ocuparum novo espaço e produzir um discurso sobre a questão do social, posicionando-sefrente a estas formas de subjetivação que se apresentam na atualidade.Mesmo concordando com a idéia de que a disposição para interromper ouso de drogas deva ser a mola propulsora para que o tratamento aconteça,sabemos que não dá para depender exclusivamente de tal condição, já que hámomentos na dependência em que o sujeito atinge um grau, onde não há como falarem escolhas. Nesse sentido, o espaço da análise deveria ser o mais criativo eflexível possível, onde a experiência terapêutica funcionasse regida pela forçapulsional presente no discurso do paciente; contudo, a emergência de cura impostanos casos graves de intoxicação, devido ao perigo de ameaçar a própria vida, por114

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!