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Isabela Arteiro_dissert.pdf - Unicap

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uso, que caracterizarão a mola propulsora para que um dependente busquequalquer tipo de tratamento. É, nesse sentido, que concordamos com Olievensteinao afirmar que: “a ‘vontade’ de ir ao clínico não tem nada a ver com a ‘vontade’ dealguém que formula uma demanda de cura psicanalítica” (OLIEVENSTEIN, 1985, p.59).O conjunto do que ocorre entre o indivíduo e o terapeuta gera a melodia e atensão capazes de expressar o sinal que permite a passagem a um nível diferentede relação, o que, para Olievenstein, justificaria a possível cura. Caso contrário,todas as tentativas do terapeuta, do psiquiatra ou dos enfermeiros da clínica derecuperação tornam-se ineficazes, reproduzindo ordens que parecem com aquelasemitidas pela família ou pela escola. O toxicômano sente-se incompreendido, comose tudo o que ele está vivendo não se apresenta como um sinal externo para sercompreendido por seu “parceiro”.De ambos os lados, a palavra, a expressão facial, o jeito de dirigir o olhar, ocomportamento referem-se a outras leis que não aquelas que deveriam serseguidas para desbloquear a situação (OLIEVENSTEIN, 1985, p. 61).A partir dessa compreensão, o autor propõe uma clínica “ativa” no lugar dapassividade, que só produz concepções em função de regras já preestabelecidas.Falar em clínica ativa é pensar o terapeuta como aquele que, continuamente, écapaz de reinventar cada novo movimento.Nesta perspectiva, “ativo” remete ao movimento de próprio indivíduo em suarelação com o parceiro (terapeuta e/ou instituição), e “passivo”, àquilo que épreviamente organizado para instaurar uma relação terapêutica, sem queseja levado em consideração nem o que é um toxicômano, nem como elefunciona (OLIEVENSTEIN, 1985, p. 61).Com isso, podemos prever que para obtermos um bom resultado no quetange à clínica da toxicomania, algo que a faça operacional, faz-se essencial evitartanto o funcionamento mecânico do pensamento, quanto a racionalização doscomportamentos, deixando-se conduzir pela melodia própria da relação. Casocontrário, o que se cria, entre o terapeuta e o toxicômano, é um distanciamento, umafalta, ainda pior do que a da droga, marcada pelo discurso científico totalitário, nãogerando nenhuma percepção a respeito da realidade do sujeito. Não é surpresa queisso crie, em alguns casos, angústia ao clínico, pois rompe com a padronização,134

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