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Isabela Arteiro_dissert.pdf - Unicap

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(representáveis pela memória)”, podendo, assim, conduzir o sujeito na busca deobjetos de satisfação, e, em situações de perigo, favorecer o adiamento dasatisfação (HANNS, 1999, p. 96). Essas representações pulsionais poderão serreativadas sempre que mobilizadas por estímulos, sejam esses endógenos ouexógenos, captados pelos órgãos do sentido. É, justamente, a partir de taisrepresentações que o sujeito se torna capaz de defender-se diante de um estímuloameaçador antes que sucumba em angústia e possa, de alguma forma, serresponsável por encontrar uma via de controle:Constatamos que ao nosso aparelho psíquico cabe, sobretudo, lidar com asexcitações que, de outra forma, seriam sentidas como dolorosas ouprovocariam efeitos patogênicos. Esse trabalho psíquico que o aparelhorealiza presta um inestimável serviço ao escoamento interno de excitaçõesque não podem sofrer remoção imediata para o exterior, ou cuja remoçãoimediata seria indesejável naquele momento. (FREUD, 1914, p. 106).Sabemos que o psiquismo tem condições de modificar o foco das exigênciaspulsionais através de uma passagem do princípio do prazer para o princípio darealidade. Não se trata, contudo, de uma substituição, mas sim da reformulação doprimeiro sem abandonar sua tendência inicial – a obtenção de prazer. Na verdade, amodificação tem a finalidade de assegurar a garantia do princípio do prazer,podendo satisfazê-lo, posteriormente, de uma forma mais garantida. Vale enfatizar,que a mudança nunca será completa, pois o aparelho psíquico tem uma tendênciade aderir ao princípio do prazer, mantendo certa atividade mental dissociada doprincípio da realidade.A descrição a respeito dos princípios de prazer e realidade ganha lugar derelevância no desenvolvimento de nosso trabalho, pois, no que tange ao carátereconômico do funcionamento psíquico do toxicômano, nossas hipóteses conduzemà idéia de que o ato de intoxicação corresponde a uma busca de excitação epotencialização do corpo, ao invés de uma descarga motora com a finalidade dealívio imediato, como muitos pensam 43 . A esse respeito, a busca por umasignificação do tóxico, para o usuário abusivo, torna-se dispensável já que não éisso que está em questão, e sim a maneira como se experimenta a sensação em43 É evidente que, a afirmação embasa-se, principalmente, naqueles que fazem uso das drogas pertencentes aogrupo dos estimulantes, cujos efeitos são excitatórios.83

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