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Isabela Arteiro_dissert.pdf - Unicap

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determinado resíduo de energia fica estocado, após as diversas passagens pelosneurônios e sistemas psíquicos. Tais neurônios, cuja característica principal é seremportadores de imagens, ficarão em estado pré-ativado. Além do atamento da energiada pulsão à imagem, fixando a carga pulsional em certas representações, há umaampliação da interligação, permitindo estocar, redistribuir e modular os fluxospulsionais, impedindo que lembrança e presença real se confundam. É, justamente,o atamento da energia pulsional às idéias que possibilita ao psiquismo arememoração; e, ainda, a vinculação da pulsão a certas seqüências de imagens,representando determinadas funções, garante que a mesma passe a ter um sentido(HANNS, 1999).A fim de compreendermos tal processo de forma mais dinâmica,recapitulemos: as exigências internas do organismo, que incomodam o repousopsíquico, tendem a uma solução pela via da alucinação do objeto desejado,mecanismo muito comum ao lactente quando da ausência dos cuidados maternos.No entanto é necessária uma frustração para que a tentativa alucinatória sejaabandonada e o sujeito possa empreender uma busca mais concreta,esquadrinhando circunstâncias reais, no mundo exterior, para realizar as possíveismodificações.Em vez de alucinar, o aparelho psíquico teve então de se decidir porconceber [vorzustellen] as circunstâncias reais presentes no mundo externoe passou a almejar uma modificação real deste. Com isso foi introduzido umnovo princípio de atividade psíquica: não mais era imaginado [vorgestellt] oque fosse agradável, mas sim o real, mesmo em se tratando de algodesagradável (FREUD, 1911, p. 66).Essa concepção funda o que Freud denominou princípio de realidade, queao contrário do que se pensa, não se opõe ao principio do prazer; trata-se de umadiamento para poder realizá-lo por uma via elaborada e construtiva. Noutrostermos, quando o princípio de realidade começa a se estruturar como forma defuncionamento psíquico, isso “não implica a destruição do primeiro, mas a garantiade sua continuidade” (1911, p. 68). Contudo, nem assim o sujeito se vê “livre” daforça impelente do principio do prazer; uma parte da atividade do pensar ficaapartada do teste de realidade, o que nos permite constatar a presença da fantasia edo devaneio (FREUD, 1911).81

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