25.08.2015 Views

Isabela Arteiro_dissert.pdf - Unicap

Isabela Arteiro_dissert.pdf - Unicap

Isabela Arteiro_dissert.pdf - Unicap

SHOW MORE
SHOW LESS
  • No tags were found...

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

mesma sensação proporcionada pela droga, mesmo que consiga atingir umquantum de prazer com outros objetos; e a renúncia do objeto, ou seja, o sujeitodeverá passar pelo luto de deixar a droga. Trataremos de cada um delesdetalhadamente a seguir.A busca por substitutos, quando bem direcionada, poderá surtir efeitospositivos no que tange à reabilitação; a droga, até então, era o único objeto deinvestimento pulsional. Porém, nos deparamos com situações de insucesso quandotal substituição representa apenas uma forma de “tapar a brecha”, sem que hajaelaboração nesse processo. Quando o paciente lança uma questão, em busca deum substituto que possa lhe conferir o prazer idealizado, o clínico deve posicionar-secomo um analista retificador (MILLER, 2000), que não apenas abre espaço para aescuta, ou relança a pergunta ao paciente, mas que possibilita, através da relação, oencontro com uma saída mais viável. O analista assume a posição de “saber-fazer”e não a de “sujeito suposto saber” (CHAVES & ROCHA, 2007).No discurso apresentado no tópico anterior: “Será que não existe nada queme dê a mesma “lombra” 59 , mas que não me faça mal e não vicie?”, podemos notara presença de uma questão lançada pelo sujeito ao analista, e isso possibilitará aintervenção do último no trabalho analítico, o que faz toda a diferença no processo.O que temos criticado, até agora, é a imposição de substitutivos “adequados” quesão entregues como manuais, com o propósito de dar um direcionamento aopaciente. É evidente que a tentativa empreendida pelo clínico resultará eminsucesso. Quando o sujeito busca substitutos, sugeridos pela instituição detratamento ou pelo grupo de apoio, e não encontra satisfação, sua tendência serávoltar para a droga (recaída) e desistir de procurar substitutos que lhes sejamsatisfatórios. No entanto, quando ele empreende a luta de procurar tais vias desubstituição, a chance de elaborar bem esse processo será maior e,conseqüentemente, os resultados têm uma maior chance de serem “bem-sucedidos”no que tange à recuperação.O segundo aspecto apontado diz respeito à possibilidade de recriar esse ser,tão marcado pelo estigma da dependência, a fim de que saia do lugar em que foracolocado, muitas vezes pela família, e possa dar um passo no sentido da59 Gíria comum a usuários de droga para referir-se ao prazer, à sensação especial que a droga produz.149

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!