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Isabela Arteiro_dissert.pdf - Unicap

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por sua vez podem perder sua sensibilidade aos reforçadores naturais (FIGLIE et al,2004).Outro problema, constatado em nossa pesquisa, é que as drogas sintéticasdão aos jovens de classe média, a ilusão de não estarem, entrando para o rol dosusuários marginalizados, como os cocainômos, maconheiros, alcoolistas ecrackeiros. Uma jovem de 22 anos, por exemplo, relata que algumas das vantagensde ser usuária dessa categoria de drogas são: o fato de não deixar cheiro e não ficarexposta à crítica social, pois ninguém a vê fazendo uso 36 . Por essas e outras razõestais drogas estão se popularizando; os consumidores, jovens entre 17 a 26 anos,tomam a droga como se estivessem engolindo um remédio de dor de cabeça oudissolvido como bala na boca, não precisando passar pelos rituais discriminatóriosde outras drogas, como: “bolar um baseado”, “esticar uma carreira” ou “queimar umapedra de crack na lata”.A questão da dependência é um tópico importante a ser tratado quando sefala em drogas sintéticas, já que na escala das dependências são classificadascomo as de menor poder para a instalação do processo aditivo. Geralmenterelacionadas a festas, sensação prazerosa e com a justificativa de não causar danosa terceiros, a droga não é vista com tantos preconceitos pelos jovens, cujos efeitos,danosos ao corpo e à vida social do sujeito, pouco são considerados. No entanto, oque coloca questão é o vínculo que o jovem estabelece com esse tipo de droga ecom todo o contexto inserido. Um jovem que fora entrevistado em nossa pesquisaverbaliza a respeito de suas experiências em Raves:[...]Só de você entrar na festa você vê que é outro mundo, outro clima, outroambiente. A maioria louco, né? Não é um tipo de festa normal. O caraagüenta ficar um ou dois dias ligado. O som, a música influencia muito, osom eletrônico. Tudo é preparado para a combinação com a droga. Vocêcom a droga, escuta aquela música, te dá uma sensação de completo bemestar, sabe? Fica contente mesmo. Tanto é, que você não quer sair dalimais. Tem gente que fica doze horas ao lado da caixa de som e não quersair quando acaba. Perde o contato de homem e mulher, namoro nem rola.O que rola é orgia, esbornia, mesmo! É homem com homem, mulher commulher... Você perde muito a noção das coisas, tudo é possível! Violêncianão tem muito, dificilmente você vê uma briga nessas festas, por isso queeu falo, que o som e a droga entram em uma harmonia muito grande comas pessoas ali. É muita droga, muita droga, mesmo! A droga sintética émuito usada, porque com um papelzinho você fica louco por 5 ou 6 horas[...] (Entrevistado 1).36 Responde à entrevista feita pela revista Veja (VEJA, DROGAS. Edição 1993, ano 40 - nº. 4. 31 de janeiro de2007. Ed. Abril).68

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