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Isabela Arteiro_dissert.pdf - Unicap

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“Vamo pega umas marmita e tal?” E eu: “Vamo, né?” Aí a gente ligava pro cara e ocara trazia, era toda sexta e sábado, né. Aí depois foi virando uma rotina, aí depoispassou a ser uso diário já, na minha vida, eu queria todo dia, todo dia eu pensavanisso..., todo dia eu queria fumar, né... Aí começou a fazer mal, eu já queria roubaras coisa da minha mãe, coisa que eu nunca roubei nada de ninguém assim, entrarna casa de ninguém, fazer um assalto assim, já roubei muito da minha mãe, daminha irmã, do meu pai, já roubei muito..., o restaurante onde eu trabalho, já roubeimuito lá, tipo..., tinha um colega meu que ele roubava e me dava o talão de cheque,ou eu comprava dele, a gente fazia negócio, qualquer uma das duas coisa tava bom.O cara ia pagar o restaurante e eu colocava a folha de cheque e pegava o dinheiropra mim, sabe. E ele é um cara que me ajuda muito hoje aqui, ele veio aqui, fezjantar pra gente, me dá a maior força..., e eu fico muito chateado quando eu vejoesse negócio daí porque a dependência química do crack, principalmente, estavaem destruindo, né. Já não vi minha mãe sorrir mais, acabei com tudo, né. Já pareide sonhar totalmente, o dia que minha mãe falou: “Você parou de sonhar!” Foi o diaque eu abri o olho, né. Aí dei mais uma invernada feia mesmo, né, dia e noitefumando sem parar, aí falei pra minha mãe: “Me interna”. Foi aí que eu vi que eutinha perdido para droga, mesmo, na época que eu fumava só maconha tava tudobem, né. Eu fumava maconha dentro de casa, minha mãe nunca falou nada...eu nãoparava de sonhar, tinha maconha dentro de casa, mas eu comprava as coisa pracasa, comprava as coisa pra mim, comprava roupa, calçado. Todo final de ano, noaniversário da minha mãe, eu dava um presente pra ela, trabalhava normal e depoisque eu conheci o crack aí já acabou com tudo, né, porque eu comecei trocar ascoisas que eu já tinha comprado, furadeira, tudo que eu tinha, eu ia fazendonegócio...Vamos voltar para uma época mais remota, quando você começou a fazer usode maconha ou dos inalados que você usava, o que você sentia?Olha, eu comecei por vontade própria mesmo, porque, assim..., eu morava na vilaFurquim, aí a “gente mudamos” para outro bairro, foi logo quando inaugurou o bairro,a gente morava de aluguel, aí agente conseguiu uma casa e fomo pra lá... Aíchegando lá, as primeiras pessoas que eu conheci já eram do crime, né. Tanto quemeu vizinho, o irmão dele tava preso e ele fumava maconha o dia inteiro, e eu só222

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