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Isabela Arteiro_dissert.pdf - Unicap

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processo de criação junto ao terapeuta. “Nada é estável, e o combate permaneceincerto. Mas enquanto há combate, não há finitude e, logo, a possibilidade de tenderpara a Unidade – sobre a qual se funda a ação livre – perdura” (OLIEVENSTEIN,1985, p. 73).Olievenstein, ainda, chama atenção para um ponto que deve,inevitavelmente, ser observado com demasiado cuidado. Trata-se da habilidade demanipulação presente nos casos de toxicomania – uma arte de se manifestarematravés de sintomas, sejam eles de aparência neurótica, psicótica, perversa oupsicossomática. Tais sintomas se apresentam com duas característicasessencialmente: por um lado, são reativos aos choques das relações, por outro sãolábeis para serem negociados com o interlocutor, “nem que seja para testar suaresistência” (OLIEVENSTEIN, 1985, p. 63). O risco da manipulação é um desafioconstante no caminho do analista, mas que pode ser amenizado à medida que estese torna ciente de tal possibilidade. O clínico tem que saber que está fazendo partede um jogo de esconde-esconde, no qual ambos disputam qual dos dois se manterána posição de doente ou de médico. Por essa razão, Olievenstein defende que nãohá neutralidade quando se trata da clínica da toxicomania, o analista deverá serativo e propor verdadeiras intervenções em forma de feedback. “O terapeuta precisater previamente uma profunda reflexão ética sobre o assunto, para não setransformar em manipulador perverso” (OLIEVENSTEIN, 1985, p. 64).Inicialmente, a relação pode apresentar aspectos de uma relação “fusional”,permitindo ao sujeito abandonar a fusão estabelecida com o tóxico, todavia nãopode, em hipótese alguma, ser instaurada uma relação permanente com taiscaracterísticas, podendo ser monstruosa tanto para o clínico quanto para o própriotoxicômano. Vale enfatizar que não se deve responsabilizar o clínico pela anulaçãoda identidade do toxicômano, contudo ele torna possível a construção de umapluralidade de identidades e sua coexistência, contrapondo, por completo, a noçãode estrutura. Nesses casos “o indivíduo só pode se ver como alguém em vias deser” (OLIEVENSTEIN, 1985, p.69).Para compreender as situações vivenciadas pelo toxicômano, o clínico deveentender o jogo de conexões e interrupções de conexões, presente nofuncionamento psíquico e deve ativar outras formas de afeto e de vida que possamcompetir com a memória. O terapeuta deve saber que há uma reserva mnésica da136

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