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Isabela Arteiro_dissert.pdf - Unicap

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usar uma droga mais violenta vou vai ter uma overdose. Porque a potência dela émaior e o organismo também já está bem debilitado. O que mais?E aqui no tratamento. Como é que você vê? Quando a gente olha para otratamento a tendência é ter um discurso mais negativo, de dizer o quanto adroga faz mal. É a questão do Down, a droga te levou lá para baixo. Mas, àsvezes, o que eles querem falar é do High, daquilo que levou para cima, daquiloque foi bom, do que ele quis buscar, do que ele quis encontrar ali... Como éque você acha que se dá o processo do tratamento? É uma questão deconsciência? Ou é uma questão de troca, tipo: “Eu posso trocar essasexperiências fortes que eu tenho por outras experiências.” No caso até aespiritualidade aqui dentro. Enfim, como é que você entende o processo derecuperação?Essa questão é..., quando eles chegam no tratamento, na nossa casa eles sempreguardam as partes...prazerosas. Dificilmente, ele vai ter lembranças das fases quesão bem para baixo. Então no processo aqui, agente tenta mostrar, primeiro que eletem que olhar para a parte do estrago da vida. Ele tem que tomar consciência otanto que essa coisa estragou a vida dele... e que ele é capaz, a partir destemomento, de fazer escolhas diferentes, e ter prazer de formas diferentes que nãosão tão maléficas quanto o vício. Ter prazer em pequenas coisas, que na droga vocênão tem. Então, depois de um processo, de um tempo aqui na fazenda, porexemplo, você tem prazer de escutar um passarinho cantar, prazer em ver a chuvacair, em ver um animal nascer, de ver uma planta... Então, por exemplo, o caratrabalha numa horta, ele vê “as coisa brotano”, então ele tem prazer naquilo lá.Prazer em tá limpo, então, eu sempre pensei que recuperação, tratamento não podeser fardo, se for fardo o cara vai voltar usar droga, ele tem que ter prazer naquilo... Eisso é com o tempo, com o andar da carruagem, com a forma que ele vaitrabalhando aqui, as pessoas vão olhando dessa forma. Ele vai vendo que ele podefazer escolhas, porque quando ele estava na ativa ele não tinha escolhas. Eusempre pensei isso, uma vez briguei com uma pessoa, discutindo, né, sobre isso elefalou que: “Eu tinha escolha!”. E, eu disse: “Você não tinha escolhas pra fazer, vocêera escravo, se você era escravo você não tinha escolha pra fazer”. A partir domomento que ele passa por um processo de desintoxicação fica aqui nove meses,vai se conhecendo, vai vendo os fatores que levam uma pessoa buscar isso. E... ele181

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