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Isabela Arteiro_dissert.pdf - Unicap

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possibilidades relativas à instalação da dependência no que tange à hereditariedade.A questão da propensão ao uso vem sendo investigada por pesquisadores dediferentes abordagens; uma vez que somos, freqüentemente, interrogados pelospacientes com a seguinte questão: “Por que eu não posso beber socialmente comoas outras pessoas?”. Como clínicos, também nos questionamos: estamos tratandode um problema, eminentemente, social e político? Quais são os fatores envolvidosnesse projeto de vida que termina, na maioria das vezes, em desestruturaçãoemocional, familiar, financeira e social?Segundo a Classificação Internacional de Doenças (CID – 10) a toxicomaniaestá caracterizada como Transtornos mentais e comportamentais devidos ao uso desubstância psicoativa (TUSP), referindo-se ao código de F10 a F19, de acordo coma substância consumida:Estado conseqüente ao uso de uma substância psicoativa ecompreendendo perturbações da consciência, das faculdades cognitivas, dapercepção, do afeto ou do comportamento, ou de outras funções erespostas psicofisiológicas. As perturbações estão na relação direta dosefeitos farmacológicos agudos da substância consumida, e desaparecemcom o tempo, com cura completa, salvo nos casos onde surgiram lesõesorgânicas ou outras complicações. Entre as complicações, podem-se citar:traumatismo, aspiração de vômito, delirium, coma, convulsões e outrascomplicações médicas. A natureza destas complicações depende dacategoria farmacológica da substância consumida assim como de seu modode administração. (OMS, 1993).Outras interpretações relacionam a “dependência química” a uma forma de“compulsão à repetição”. A nosso ver, a repetição, comum ao esteriótipo dotoxicômano, não pode ser confundida com a repetição do obsessivo, visto que, otoxicômano privilegia a sensação de prazer e nela se fixa, escravizando-se. “Asrelações entre a compulsão à repetição e o princípio do prazer são de antagonismo.Na verdade, a repetição como expressão da pulsão recalcada, produz desprazer”(RUDGE, 1998, p. 29). Formas extremas de compulsão à repetição sugerem aexistência da pulsão de morte. Apesar do ato do toxicômano parecer compulsivo,não tem caráter ritualístico; a compulsão é apenas conseqüência da busca ardentede experimentar o efeito intoxicante. Em estado de dependência, o sujeito abre mãode lugares, rituais, práticas e de drogas comumente usadas a fim de alcançar aexperiência idealizada. Em outras palavras, no início do uso existem os lugaresprediletos, as pessoas, o ritual de preparação da droga, porém tudo isso se torna86

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