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Isabela Arteiro_dissert.pdf - Unicap

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de se opor à teoria psicanalítica freudiana, mas ao contrário, perceber que a mesmaoferece conceitos que podem ser mais explorados para servirem à nossa realidadede trabalho. “Hoje, o campo psicanalítico não se apresenta homogêneo. Neleconvivem discursos que permitem uma visão mais matizada e diversa de modos desubjetivação e de convivência humana [...]” (CAVALCANTI; SILVA, 2006, p. 55). Aesse respeito, acrescenta Reis (2003, p. 201):O que estamos propondo não é uma mudança de atitude, no sentido deuma técnica mais pragmática ou mais ativa. Mas, somente que o analistabusque, em seu trabalho, a intensificação do corpo e a abertura às forçaspresentes no mundo, deixando-se guiar pelo tato, ou seja, pela capacidadede sentir com o paciente. Os sintomas transitórios, as atmosferas, asmínimas manifestações, só podem ser apreendidos nesta direção depequenas percepções e é aí que elas produzem efeitos. Analistas eanalisando são afetados simultaneamente, embora ocupem lugaresdiferenciados (grifo nosso).A perspectiva lançada pela autora, ou seja, uma técnica que abre para aintensificação do corpo, deixando-se guiar por um quantum de sensibilidade, fornecesubsídios para tratarmos de nossa questão. O fenômeno do abuso de drogas, dentreoutros, enfrenta a problemática do modelo representacional no que tange à atuaçãono setting analítico. Esta afirmação não é aleatória, mas justificada pela hipóteseque viemos trabalhando ao longo desta pesquisa, na qual tratamos de dar maisrealce à toxicomania como forma de excesso e intensidade de gozo do querelacioná-la, exclusivamente, ao problema da falta ou da castração. É evidente quehá uma relação direta entre tais concepções (a da falta e do excesso). Contudo, aodar ênfase à busca pelo extrapolamento, extravasamento, correspondendo aodiscurso daqueles que, submetidos à força pulsional, nos procuram para tratamento,temos que repensar todo o aparato que sustenta o nosso agir clínico. Vemos,portanto, que a realidade clínica está demandando novos olhares e novasinterpretações, nos obrigando a escutar de outro lugar, livrando-nos dos modelospré-estabelecidos.O espaço da clínica das intensidades não se caracteriza por conter apenaspalavras que buscam a ligação ou o encadeamento do afeto e da idéia, produzindosentidos, mas, sobretudo, pela presença de intensidades e excessos, quedificilmente serão contidos ou controlados. Como nos diz Olievenstein: “A clínica dos116

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