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Isabela Arteiro_dissert.pdf - Unicap

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CAPITULO 1 – DESENHANDO O CENÁRIO DA DROGAA motivação da presente pesquisa para trabalhar a temática da toxicomaniaé sustentada tanto em virtude das demandas freqüentes na clínica e dos apelos defamiliares que nos procuram, quanto pela repercussão do abuso de entorpecentesno contexto social, traçando uma marca precisa na história. Pesquisas apontam quenos últimos vinte anos houve um aumento considerável do uso de drogas lícitas eilícitas entre adolescentes de escolas públicas e privadas. De acordo com o VLevantamento Nacional com Estudantes realizado pelo Centro Brasileiro deInformações sobre Drogas Psicotrópicas (CEBRID), 65,2% dos estudantes relataramuso de álcool na vida; 44,3% nos últimos 30 dias; 11,7% uso freqüente (o quesignifica seis ou mais vezes no mês); e 6,7% uso pesado (vinte ou mais vezes noúltimo mês) (GALDUROZ et al, 2004). Significa dizer que nas últimas décadas, oabuso de substâncias tornou-se uma epidemia sustentada pela indústria do tráfico.Sabemos que o álcool e outras drogas estiveram sempre presentes nahistória das civilizações, porém, neste capítulo, especificamente, nos propomos amostrar como alguns movimentos históricos e sociais influenciaram e influenciam,ainda hoje, a busca acirrada de veículos intoxicantes. Contextualizaremos omomento histórico e econômico em que estamos vivendo de modo a situar aespecificidade do uso da droga na atualidade.Os ideários do projeto da modernidade, sustentados nos princípios deregulação e distribuição de bens e de serviços e no princípio da emancipação dosindivíduos, buscaram garantir a toda população acesso à tecnologia(desenvolvimento) e à informação (educação). A nova concepção do tempo, oprogresso e a aceleração dos acontecimentos sociais fizeram parte da consciênciahistórica dos chamados “tempos modernos”. Entretanto, como sugere Souza Santos(1996), o excesso de promessas desse projeto, acabou por produzir demasiadofracasso. O desenvolvimento, tão almejado, acarretou, sim, progresso e a tecnologiadirigida à melhoria de qualidade de vida, gerando riquezas para alguns, porémmiséria humana para muitos. O tão sonhado capital cultural degradou-se, restando,conseqüentemente, uma versão subvertida. Falamos, atualmente, de um capital aserviço de outros desdobramentos, tais como, o consumismo exacerbado, a criação28

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