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Isabela Arteiro_dissert.pdf - Unicap

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deveria passar pelo significante; uma ilusão que garantiria a constância do prazer. “Aintensificação da fonte orgânica da pulsão transforma o corpo em um verdadeiroturbilhão que favorece o escoamento da pulsão, na inevitável busca pelo alvo, porcaminhos mais fáceis, des-significantizados” (NOGUEIRA FILHO, 1999, p. 34). Essemovimento contribui para o distanciamento entre corpo e palavra, e, por essa razão,insistimos em afirmar que nos casos de toxicomania há uma falha presente nosignificante, na função simbólica:Portanto, a conseqüência da brincadeira mórbida que o toxicômano faz como corpo é a alteração da constância do ímpeto pulsional, intensificando-o apartir de sua fonte orgânica. De tal forma que o significante perde suafunção de matizar o desejo (NOGUEIRA FILHO, p. 33)Não há como negar que, diante disso, o clínico é tomado por profundaangústia no manejo do trabalho analítico, tal qual a “mãe imatura” que se desesperaquando não sabe nomear o choro compulsivo do bebê. Talvez, seja esta uma dasrazões pelas quais diversos analistas são categóricos ao afirmar que não analisamtoxicômanos. Contudo, em sua função, o analista pode possibilitar este lugar de “falalivre”, para que as palavras comecem a ser endereçadas a alguém. Quandocomeçamos a perceber, na transferência, que esses lugares começam a serdelineados podemos considerar ter atingido um primeiro sucesso terapêutico. Apartir daí, a escuta do analista será a grande responsável pela produção de sentidoe significação. Rudge destaca, ainda, que:[...] as representações só se constituem no próprio ato de falar, no campotransindividual e contextual. [...] As palavras não têm significados que lhecorrespondam univocamente, sedimentadas em um sistema abstrato, mascriam significações mutáveis nas situações concretas de fala” (RUDGE,1998, p. 78).Porém, quando empreendemos junto ao toxicômano uma busca voraz desentido para sua atividade intoxicante, o clínico, na maioria das vezes, tem comoresultado o insucesso em sua tentativa, já que esse sentido não está posto, maspode ser construído ao longo do processo. “É como se o toxicômano desmentissetodo o esforço dos psicanalistas para conferir aos sintomas o caráter de linguagem142

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